Nas alturas mais complicadas da minha vida escrevo os melhores capítulos.

Não há passos perdidos.


sexta-feira, 30 de março de 2012

A Realidade do Amor

Que sempre existam almas para as quais o amor seja também o contacto de duas poesias, a convergência de dois devaneios. O amor, enquanto amor, nunca termina de se exprimir e exprime-se tanto melhor quanto mais poeticamente é sonhado. Os devaneios de duas almas solitárias preparam a magia de amar. Um realista da paixão verá aí apenas fórmulas evanescentes. Mas não é menos verdade que as grandes paixões se preparam em grandes devaneios. Mutilamos a realidade do amor quando a separamos de toda a sua irrealidade.


Gaston Bachelard, in ' A Poética do Devaneio'

quarta-feira, 28 de março de 2012

"Porque sempre quiseste ser escritor e não te atrevias. Agora que vais ficar sozinho, podes aproveitar; assim não terás tantas saudades minhas. Pelo menos, confessa que te dei assunto para um romance. Não foi, menino bom?"




Mario Vargas Llosa, in "Travessuras da menina má"

terça-feira, 27 de março de 2012

segunda-feira, 26 de março de 2012

Nunca ligo a datas! Nunca sei o dia do começo do namororo, nem o do fim. Poucos são os Parabéns que me lembro de dar. Gosto de falar aos Amigos quando deles me lembro.
Não espero pelos dias festivos para realizar qualquer desejo. Festejo sim, o nascer de cada dia. E percebi faz tempo que cada dia é um Presente. E que o Amanhã poderá não chegar. Por isso vivo o Hoje. No dia de Hoje faço Sempre a Festa! E não me levem a mal, mas dias importantes são todos os dias em que vivemos!

quinta-feira, 22 de março de 2012

Nós próprios devemos ser e seremos sempre a nossa melhor companhia. Os outros são meros companheiros, que nos acompanham em alguns troços do caminho, mas não são nem o caminho nem o viajante.



http://youtu.be/34f7y4tucoc

quarta-feira, 21 de março de 2012



"Quando eu morrer voltarei para buscar


Os instantes que não vivi junto do mar."



Sophia de Mello Breyner Andresen


"Apesar das ruínas e da morte,

Onde sempre acabou cada ilusão,
A força dos meus sonhos é tão forte,
... Que de tudo renasce a exaltação
E nunca as minhas mãos ficam vazias."



Sophia de Mello Breyner Andresen
 
 

terça-feira, 20 de março de 2012

Lindo Guerreiro

"A Grande descoberta nesse sentido que a gente busca da Vida é Apreender a Amar!"
Reynaldo Gianecchini - 2012

segunda-feira, 19 de março de 2012

O FIO DA VIDA RODRIGO LEAO

Eu, e os meus apetites, ontem lá rumei a Alcácer, ao Hortelã da Ribeira. Desta vez para uma maravilhosa massada de lingueirão! E repete, e repete, e repete,...
Uns dos segredos, será o tomate, verdadeiros como so os há no Alentejo. E uma panóplia de cores, cheiros e sabores fazem o resto.
Regresso de alma quente e satisfeita!

quinta-feira, 15 de março de 2012

segunda-feira, 12 de março de 2012

Hindi Zahra - The Man I Love (Unplugged)

Thierry Lang - Love of my life

Vicente Amigo - Mezquita

Pianista

Os teus dedos...Pianista!
Como queres que não os Ame?
Nas tuas perfeitas singularidades,
O Poeta és Tu!
Só a Ironia é própria dos Sábios.
Amanhã,...
Será longe!

domingo, 11 de março de 2012

sexta-feira, 9 de março de 2012

quinta-feira, 8 de março de 2012

CLARICE LISPECTOR


Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!

*

Aguarela sobre foto p&b de Clarice Lispector. Papel couché A3, de Carlos Eduardo Leal
in 'Sonhos de Clarice Lispector'

Vitor Belanciano

DA VARANDA DO LUX

Recordo-me bem: era a nossa primeira vez, 24 para 25 de Abril, noite “Do-It-Yourself”, no Lux, estávamos na varanda quando nos beijámos. Mais tarde, dirias que havia sido corajoso, talvez porque quando te conheci não estavas grande coisa, fragilizada, dúvidas com anteriores relações, incertezas com o futuro. Chego eu, confiante, intenso, seguro, ajudo a tirar-te da merda, digo que és linda, que vales imenso. Partilho o mais íntimo de mim, sinto que também o fazes comigo, mas vacilas. Queres acreditar em mim. Mas não estás certa. Sentes-te dividida. Digo-te para não teres medo de contemplar em frente. A minha segurança, a certeza do meu amor, atrai-te, mas também te assusta. Começo a relacionar-me contigo como se tivesse que cuidar de ti. Contas-me enigmas, anseios, choras à minha frente. Protejo-te, abraço-te, cubro-te. És linda. Criativa. Espontânea. Calorosa. Nunca me senti tão bem, tão eu próprio, com alguém. Mas, nesse processo, esqueço-me de mim. Do que sou, quero, desejo. Estou sempre a ver aquilo que a relação pode ser, mas às vezes esqueço-me daquilo que realmente é. Talvez me seja cómodo ter uma relação assim, onde sinta que sou o protector. Talvez me seja difícil, afinal, pensar numa relação, como tanto quero, de igual para igual. Onde ambos olhem na mesma direcção. Madura. Autêntica. A ti confortou-te ter um irmão mais velho. Alguém que te compreendeu, incitou, ergueu. O problema, ainda maior, é que eu também sou o que sou, com fragilidades, dúvidas, receios. Quando mostro isso, vacilas. Não estás preparada para me aceitares, para estares ao meu lado nos momentos em que não sei. Sim, fizeste-me carícias que não esqueço e disseste-me coisas que vou para sempre guardar. Mas foram fragmentos e era necessário qualquer coisa que ultrapassasse o mero fascínio mútuo, a descoberta dos pontos de encontro entre duas pessoas. Qualquer coisa de verdadeiro, orgânico, que passava por saber falar dos problemas, mas também partilhar o ir ao supermercado. Não fugir à primeira contrariedade. Tentar perceber, mesmo, o outro. Gostava tanto de o ter feito contigo. Mas trabalhas, viajas, um amigo que vem, outro que vai, frenesim, nunca te vi parar. Para pensar. E chegámos aqui. Deixei que chegássemos aqui. Deixaste que chegássemos aqui. Hoje lá vieste despedir-te. Lá foste ter comigo, por respeito. Dizes que tens outro. Dizes “isto só podia acabar assim”. E eu penso, sem o dizer, “vai-te foder!” Isso é apenas um pensamento que, a ti, conforta. Estás a falar para ti, não para mim. Não tinha que acabar assim. Acredita, há outras formas das pessoas se separarem. E, entretanto, começas a chorar. Nem me dás, a mim, espaço para o fazer. Fico ali, mudo, a conter a minha zanga. Pensando que te ajudei a fortalecer para acabares noutros braços. Ser rejeitado. Preterido. Custa. Olho para ti, uma última vez, naquele restaurante. Choras, ainda. Pedes-me que te passe um lenço. Faço-o e penso: penso que o problema é esse. Enquanto tu choras, eu não o faço, não me permito. E o que eu queria mesmo era chorar. Ter também quem me passasse um lenço para me limpar. Perdi-te, irremediavelmente. Para sempre. Custa aceitar. Por agora ainda sinto intacto os teus lábios quando te beijei na varanda do Lux. Os teus ombros quando os acariciei pouco depois em tua casa. O sentimento de exaltação vivido na minha varanda quando regressei a casa pela manhã e te enviei um SMS. A tua mão sobre a minha no cinema Londres, no IndieLisboa, dias depois de te ter beijado. A felicidade da tarde contigo na loja do cidadão e numa repartição algures na Avenida da República nem sei para fazer o quê, desde que fosse contigo. Rirmo-nos, incrédulos, ao ver a longa reportagem da SIC sobre o homem que necessitava de cuidados médicos. Os momentos de conflito também, porque importam, não os rejeito. Quando queria ficar contigo e dizias que não. A frustração que me acompanhava, no caminho, até casa. Chamar-te querida. Não era só chamar, era a emoção de me permitir fazê-lo. Passar a mão pela tua face, por ti, toda. Cozinhares para nós. Resmungares por qualquer coisa que não percebia e dizeres “deixa lá isso!” Fazer a cama de tua casa, para sentir a tua satisfação de o ter feito. Sentir que te ajudava, que estava contigo. Os primeiros MMS que te enviei quando foste para o Alentejo, pergunto-me se ainda os terás. O tubarão de plástico azul que me ofereceste, que ainda guardo comigo. Uma relação são tantas coisas. As histórias que me contaste do teu pai e da tua mãe. Os SMS trocados quando estavas na China. Tu, em Nova Iorque, prostrada em frente à montra da loja de animais. O cheiro da tua casa. O teu cheiro. Abraçar-te, com a minha mão sobre a tua barriga. O orgulho que sentia sempre que me mostravas o teu trabalho. O teu rosto, lindo, entrecortado pela lua, quando nos deslocávamos para o teu carro, perto do Fórum Lisboa. Quando te rias. Quando ficavas séria. Tu a descreveres-me o teu avô. A tua família. Tu a dançares. Ver–te a falar com os outros. Comunicares. O primeiro dia deste ano, em tua casa, juntos. A intimidade. Acordar e ver-te acordar, imensamente. Ver um filme contigo e adormecer passado cinco minutos. A tua forma de te vestires. O almoço, com a tua mãe, a primeira vez que a vi, simpatizei logo com ela. O último filme que vi contigo, “O Segredo de um Cuscuz”. Podia continuar, continuar e continuar. Uma relação não é só o que se fez, sentiu, viveu. É também aquilo que se desejou e não chegou a acontecer. Mas agora estou outra vez na varanda do Lux. Durante meses tentei, juro que tentei, sair daqui, mas afinal ainda aqui estou. À frente o azul da água. Um pequeno barco, anda lá ao longe. Acabei de falar com o John, de Baltimore, onde já estiveste. Ouvi-lo foi como ouvir-te a ti. Estava com a Mary, que me fez lembrar a tua vizinha de Los Angeles. Tudo isto é muito, porque estou vivo. Mas também é pouco, porque não o posso partilhar contigo. Gosto muito de ti. Mas, agora, estão a chamar-me e tenho mesmo que ir dançar.

16-10-2008
"- Tens muito que fazer?
 -  Não Tenho muito que Amar!"

Sebastião da Gama

She - Elvis Castello (Legendado)

terça-feira, 6 de março de 2012

quinta-feira, 1 de março de 2012

Agora sim já cai pelas ruelas o alívio das pressões

«Day turns to night, night turns to whatever we want»