sexta-feira, 29 de outubro de 2021
segunda-feira, 25 de outubro de 2021
domingo, 24 de outubro de 2021
Nos DETALHES,
alguém
te perde ou te ganha.
Nos DETALHES,
acontece o encanto e o desencanto.
Nos DETALHES,
a pessoa te conta quem realmente é.
Nos DETALHES,
descobrimos um grande amor e também quem não vale nada.
Nos DETALHES,
assim, quando parece que ninguém está atento,
compreendemos tudo.
P. Magalhães
sábado, 23 de outubro de 2021
"Cuenta que todavía hay esperanza, que la vida es más eterna que la muerte, cuenta que debemos seguir persiguiendo nuestros sueños, que debemos corregir nuestros errores, que debemos hacernos dignos y que, aunque lleguen los tiempos del cólera, habrá un espacio para el amor, para cumplir los sueños, para la felicidad".
--
El Amor en los tiempos del cólera
Gabriel García Márquez.
domingo, 17 de outubro de 2021
sábado, 16 de outubro de 2021
quarta-feira, 13 de outubro de 2021
terça-feira, 12 de outubro de 2021
domingo, 10 de outubro de 2021
EPITÁFIO DE DOMINGO
Se eu desaparecer hoje
E falo mesmo do meu corpo aqui tão sentado
a escrever desde a ponta da língua à légua mais distante
da minha vida,
diz que compreendi.
Diz que sei que nada está onde é certo estar
Que o amor súbito é a escada para o entendimento
e rói os espelhos
Diz que fui ar azul sobre campos de secura
Estrada recta ao infinito, entre oliveiras,
um acidente ao longe
Que provei toda a sede quando engoli os homens
Que queimei alegremente no ácido das palavras
Que tombei em ricochete para que me vissem
E que quando me viram me ergui animal
Diz que me viste nua, sempre
Que corri por hospícios de olhos fechados
e boca às avessas
Que vivi mais ao alto do que em mundo plano
e fui honesta na minha rente loucura
Diz que nunca esqueci a subida a um plátano
Que ninguém viveu no meu lugar nem eu no de ninguém
Que fui sim, o halo frio que enchi com esta pena pela
minha ausência
E que tudo o que disse foi com silêncio
Diz que sei, sobretudo, que ardemos juntos como ventosas,
embora não queiras
Que o teu corpo me serviu de andar nas pernas asmáticas
Que te agradeço ter-te oferecido lírios
Que me reduziste o nojo da espécie
Diz que eu, fui eu
Guarda-me este segredo que tenho largo por baixo dos cabelos:
- quanto em mim fui que não vivi
quanto em ti é que fui eu?
Mas não te preocupes, não desapareço hoje
Quando me conheceste já eu não existia,
e tu sabes
que essas saudades que vais tendo,
são as minhas.
Cláudia R. Sampaio, OUTRO NOME PARA A SOLIDÃO
sexta-feira, 8 de outubro de 2021
"De que lado viste chegar
o outono? Por que janela
o deixaste entrar? És tu quem
canta em surdina, ou a luz
espessa das suas folhas?
Em que rio te despes para sonhar?
É comigo que voltas
a ter quinze anos e corres
contra o vento até te perderes
na curva da estrada?
A quem dás a mão e confias
um segredo? Diz-me,
diz-me, para que possa habitar
um a um os meus dias."
Eugénio de Andrade
domingo, 3 de outubro de 2021
Incrível Carta de Vinícius de Moraes para Tom Jobim
“Caro Tonzinho, estou em Paris, num hotel com sacada sobre uma praça, que dá para toda solidão do mundo e diz: Procura-se um amigo. Não precisa ser homem, basta ser humano, ter sentimento, ter coração. Precisa saber falar e saber calar no momento certo. Sobretudo, saber ouvir. Deve gostar de poesia, da madrugada, de pássaros, do sol, da lua, do canto dos ventos e do murmúrio das brisas. Deve sentir amor, um grande amor por alguém, ou sentir falta de não tê-lo. Deve amar o próximo e respeitar a dor alheia. Deve guardar segredo sem sacrifício. Não precisa ser puro, nem totalmente impuro, porém, não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e sentir medo de perdê-lo. Se não for assim, deve perceber o grande vazio que isso deixa. Precisa ter qualidades humanas. Sua principal meta deve ser a de ser amigo. Deve sentir piedade pelas pessoas tristes e compreender a solidão. Que ele goste de crianças e lastime as que não puderam nascer e as que não puderam viver. Que goste dos mesmos gostos. Que se emocione quando chamado de amigo. Que saiba conversar sobre coisas simples e de recordações da infância. Precisa-se de um amigo para se contar o que se viu de belo e triste durante o dia; das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças d’água, de beira de estrada, do cheiro da chuva e de se deitar no capim orvalhado. Precisa-se de um amigo que diga que a vida vale a pena, não porque é bela, mas porque já se tem um amigo. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo. Deve ser Don Quixote sem contudo desprezar Sancho. Precisa-se de um amigo para se ter consciência de que ainda se vive.”
Subscrever:
Mensagens (Atom)