Nas alturas mais complicadas da minha vida escrevo os melhores capítulos.

Não há passos perdidos.


quarta-feira, 13 de abril de 2011

Sozinha na Savana

Se pudesse ter duas vidas, numa delas queria ter sido Karen Blixen.
Atrás desse rasto fui ao Quénia.
Encontrei a sua casa, os seus objectos, a terra, os caminhos, a paisagem.
Os montes Ngong ao fundo de testemunho.
A sua alma já partiu à muito, mas senti os cheiros, as cores e sensações de que ela tanto falava….
Onde vivi o momento mais especial foi numa reserva, em Masai Mara.
Nessa manhã decidi que queria ficar sozinha, para sentir e apreciar sem distracções, e não ir para mais um safari, para ver crocodilos.
Fiquei sentada horas a fio à porta da tenda, sem me mexer. Imóvel, na ânsia de absorver tudo o que se passava à minha volta, e de sentir África.
E os meus companheiros foram chegando, uma família de Suricatas, aos saltinhos, curiosos iam-se aproximando. Perante a minha imobilidade deixaram-se estar durante muito tempo.
Como ninguém fica no acampamento, as cercas eléctricas são desligadas.
A sorte foi não serem espécies de maior porte e a história seria outra.
Sons da Selva chegavam de todo o lado, misturados e impossíveis de identificar.
Entardecia.
O céu imenso, continha todas as cores africanas, e nós ganhávamos esse brilho de fim de tarde quando tudo fica ainda mais bonito.



Salomé

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