Nas alturas mais complicadas da minha vida escrevo os melhores capítulos.

Não há passos perdidos.


domingo, 2 de junho de 2013

"A pergunta era aparentemente simples:
O que mais te inspira?
Num primeiro momento, intuitivo, respondi que eram "as pessoas e as suas diversidades... E o amor, claro".
Mas depois fiquei a pensar, acrescentei o cheiro da terra depois da primeira chuva, e um olhar. E uma lareira. E à medida que o dia passava e entrava pela noite dentro, lembrei-me da gargalhada do meu filho, do génio de David Sylvian, do mar da praia da Aberta Nova. E de um café. E de um Jameson seco num copo baixo. E de todas as palavras que gostei de ler e sei reler. Da música que faz o Rodrigo Leão, do piano de Sakamoto. Das fotografias de Koudelka. De mim a cozinhar. Dos bocados de palco que ainda há com Elis Regina. De Frank McCourt e da sua vida. Pessoa, Vergílio Ferreira. De Satie. De ostras, evidentemente. E de aeroportos. Chocolate. Água a correr pelo corpo. E camas feitas de lavado.
Acho que a lista não ía terminar tão depressa.
Terei mentido quando disse, na rapidez da resposta, “as pessoas e as suas diversidades... E o amor, claro”? Claro que não. É só disso que se trata em cada uma das linhas da lista que se seguiu. Afinal, não há nada que me inspire e eu respire que não passe por pessoas, as suas diversidades, e o amor. Claro."
Pedro Rolo Duarte

Sem comentários:

Enviar um comentário