Nas alturas mais complicadas da minha vida escrevo os melhores capítulos.

Não há passos perdidos.


quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Posso beber o amor pelo copo dos teus lábios?
O disco chega ao fim; um ruído de rua entra pela janela;
não sei se ainda é dia,
ou se a noite começa.
Mas o mundo não interfere no equilíbrio frágil...
das nossas vidas. Este copo não se esvazia; e
os teus olhos levam-me à fronteira
do sonho, para que a passe, e entre
contigo num país de nuvem. O meu passaporte
são as tuas mãos; o mapa que nos guia,
a respiração incerta do desejo.
«Por isso me perco», dizes.
«Por isso te encontro», respondo.
E a noite que nos separa é o dia que nos reúne.

Nuno Júdice

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