Nas alturas mais complicadas da minha vida escrevo os melhores capítulos.

Não há passos perdidos.


domingo, 3 de novembro de 2013

"Um dia intimista, amniótico, fetal e talvez pós-freudiano - como estar dentro de musgos e de flores de paineira - o chá no bule, a casa numa deriva lenta, as janelas com luzes onde dançam as trevas- E as coisas do mundo, as iras, os casos, as invasões, os medos - todas atenuadas num nevoeiro vago e protector. Um casulo com o seu quê de ambulante. As folhas de chá a abrir lentamente com aquela sabedoria das coisas lentas sem electricidade nem botões on/off. que bom estar no vago e no indeterminado e não saber nada a não ser saber nada, flutuar entre o contorno de cisnes que a luz abandonou, mas não o fogo, que a luz soltou nos abismos das antigas e modernas crónicas dos místicos, que com toda a precisão captam a essência dos dias vagos."

Miguel De Castro Henriques

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