Encontro no arrebulho do meu frigorífico um raminho perdido de poejos do meu Alentejo.
Fico maravilhada. Já tenho açorda.
Compro no dia seguinte a pescada para juntar.
Mais um dia para o pão endurecer.
Sábado, dia de mercadinho e açorda, vou comprar os coentros, pimento verde e folha de hortelã.
Chego a casa cozo a pescada. Abro o Branco fresco no ponto.
Descasco os alhos, parto o pão, escalfo os ovos.
Frigorífico, mexo, remexo, volto a remexer.
Fico passada. Agora foi o meu mau feitio ao ponto.
Nunca mandem ninguém limpar o frigorífico. É tarefa apenas de quem cozinha.
Para os outros, erva será apenas erva. A apreciação das aromáticas é prazer dos degustadores.
Ficou açorda de poejo enfrascado à pressão, dessas de condimento de supermercado.
Eu, que até não sou urbano depressiva fiquei. Mas pronto sempre como mais que alface, e açordas que não sabem a açorda.
O pata negra cura tudo!

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