Nas alturas mais complicadas da minha vida escrevo os melhores capítulos.

Não há passos perdidos.


quarta-feira, 8 de outubro de 2025

 Não é bastante

que eu reconheça a minha solidão e a preze como o início dum caminho. Não é bastante ser livremente tudo quanto sei e estar aberto a tudo que serei. Tudo o que fui e o que sou e o que serei já são iguais no tempo do meu todo ignorado. Quero abrir o que as palavras não descrevem por já não responder ao sim e ao não do meu espelho conhecível. Já não me basta apenas dar um nome à morte que me cabe enquanto vivo porque morrer é ter perdido a morte para sempre tornando sem sentido o sim e o não com que me circundei e defini-me. Conheço-me as fronteiras. Quero o resto. Helder Macedo in Orfeu (1968)

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