quarta-feira, 28 de setembro de 2011
sábado, 17 de setembro de 2011
Sugestão de passeio
A partir do próximo dia 15 de Setembro, e até 27 de Novembro, estará patente em Sintra, no Palácio de Monserrate, a exposição de fotografias únicas dos vencedores do International Garden Photographer of the Year (IGPOTY) 2010, com entrada gratuita mediante aquisição de bilhete para o Parque de Monserrate.
"Morning Splendour" de Charles Needle
A Parques de Sintra – Monte da Lua acolherá esta exposição no Palácio de Monserrate apresentando as fotografias vencedoras do concurso IGPOTY 2010, bem como o portefólio de Henrique Souto, intitulado “Folhas”, vencedor deste concurso em 2008, e até ao momento o único português a conseguir atingir o estatuto de vencedor nesta competição internacional.
"Green Ant stands up to fight" de Colin McCloud
O International Garden Photographer of the Year, agora na sua 5ª edição, consiste na principal competição e exposição mundial de fotografia especializada em jardins, plantas, flores e botânica, aberta a fotógrafos profissionais mas também amadores. Teve lugar pela primeira vez nos Royal Botanic Gardens, Kew, em 2008 e rapidamente se afirmou como o mais relevante evento de fotografia de jardim e plantas. Anualmente, a exposição dos trabalhos vencedores é inaugurada nos Kew Gardens (Reino Unido), percorrendo posteriormente diversos locais do mundo.
O Parque de Monserrate é um dos mais ricos e diversificados jardins botânicos nacionais, constituindo-se, portanto, como local ideal para receber as imagens vencedoras deste prestigiado concurso de fotografia de jardim.
Paralelamente à exposição, irão decorrer dois workshops de fotografia com Henrique Souto, o único vencedor português até ao momento. Estes terão como foco a Fotografia de Natureza, e terão lugar a 15 e 22 de Outubro, das 10h às 17h, incluindo almoço. É necessário que os participantes tragam o seu próprio equipamento fotográfico e tenham já alguns conhecimentos básicos sobre o mesmo.
"Morning Splendour" de Charles Needle
A Parques de Sintra – Monte da Lua acolherá esta exposição no Palácio de Monserrate apresentando as fotografias vencedoras do concurso IGPOTY 2010, bem como o portefólio de Henrique Souto, intitulado “Folhas”, vencedor deste concurso em 2008, e até ao momento o único português a conseguir atingir o estatuto de vencedor nesta competição internacional.
"Green Ant stands up to fight" de Colin McCloud
O International Garden Photographer of the Year, agora na sua 5ª edição, consiste na principal competição e exposição mundial de fotografia especializada em jardins, plantas, flores e botânica, aberta a fotógrafos profissionais mas também amadores. Teve lugar pela primeira vez nos Royal Botanic Gardens, Kew, em 2008 e rapidamente se afirmou como o mais relevante evento de fotografia de jardim e plantas. Anualmente, a exposição dos trabalhos vencedores é inaugurada nos Kew Gardens (Reino Unido), percorrendo posteriormente diversos locais do mundo.
O Parque de Monserrate é um dos mais ricos e diversificados jardins botânicos nacionais, constituindo-se, portanto, como local ideal para receber as imagens vencedoras deste prestigiado concurso de fotografia de jardim.
Paralelamente à exposição, irão decorrer dois workshops de fotografia com Henrique Souto, o único vencedor português até ao momento. Estes terão como foco a Fotografia de Natureza, e terão lugar a 15 e 22 de Outubro, das 10h às 17h, incluindo almoço. É necessário que os participantes tragam o seu próprio equipamento fotográfico e tenham já alguns conhecimentos básicos sobre o mesmo.
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Liberdade
Antes que a ideia de Deus esmagasse os homens, antes dos autos de fé, das perseguições religiosas da Inquisição e do fundamentalismo islâmico, o Mediterrâneo inventou a arte de viver. Os homens viviam livres dos castigos de Deus e das ameaças dos Profetas: na barca da morte até à outra vida, como acreditavam os egípcios. E os deuses eram, em vida dos homens, apenas a celebração de cada coisa: a caça, a pesca, o vinho, a agricultura, o amor. Os deuses encarnavam a festa e a alegria da vida e não o terror da morte.
Antes da queda de Granada, antes das fogueiras da Inquisição, antes dos massacres da Argélia, o Mediterrâneo ergueu uma civilização fundada na celebração da vida, na beleza de todas as coisas e na tolerância dos que sabem que, seja qual for o Deus que reclame a nossa vida morta, o resto é nosso e pertence-nos – por uma única, breve e intensa passagem. É a isso que chamamos liberdade – a grande herança do mundo do Mediterrâneo.
(...) Sabes, quem não acredita em Deus, acredita nestas coisas, que tem como evidentes. Acredita na eternidade das pedras e não na dos sentimentos; acredita na integridade da água, do vento, das estrelas. Eu acredito na continuidade das coisas que amamos, acredito que para sempre ouviremos o som da água no rio onde tantas vezes mergulhámos a cara, para sempre passaremos pela sombra da árvore onde tantas vezes parámos, para sempre seremos a brisa que entra e passeia pela casa, para sempre deslizaremos através do silêncio das noites quietas em que tantas vezes olhámos o céu e interrogámos o seu sentido. Nisto eu acredito: na veemência destas coisas sem princípio nem fim, na verdade dos sentimentos nunca traídos.
Miguel Sousa Tavares, in 'Não Te Deixarei Morrer, David Crockett '
Antes da queda de Granada, antes das fogueiras da Inquisição, antes dos massacres da Argélia, o Mediterrâneo ergueu uma civilização fundada na celebração da vida, na beleza de todas as coisas e na tolerância dos que sabem que, seja qual for o Deus que reclame a nossa vida morta, o resto é nosso e pertence-nos – por uma única, breve e intensa passagem. É a isso que chamamos liberdade – a grande herança do mundo do Mediterrâneo.
(...) Sabes, quem não acredita em Deus, acredita nestas coisas, que tem como evidentes. Acredita na eternidade das pedras e não na dos sentimentos; acredita na integridade da água, do vento, das estrelas. Eu acredito na continuidade das coisas que amamos, acredito que para sempre ouviremos o som da água no rio onde tantas vezes mergulhámos a cara, para sempre passaremos pela sombra da árvore onde tantas vezes parámos, para sempre seremos a brisa que entra e passeia pela casa, para sempre deslizaremos através do silêncio das noites quietas em que tantas vezes olhámos o céu e interrogámos o seu sentido. Nisto eu acredito: na veemência destas coisas sem princípio nem fim, na verdade dos sentimentos nunca traídos.
Miguel Sousa Tavares, in 'Não Te Deixarei Morrer, David Crockett '
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
AUSSIE
Finalmente o canguro pulou até nós, a gama de produtos para cabelo Aussie!!!!!Recomendo a gama toda! Adoro a máscara, o amaciador o shampoo, tudo com um cheiro...Em pleno Supermercado Continente, nem queria acreditar no que os meus olhos viam, (um continua negro e em variações de tons roxos, mas fica bem com a côr dos óculos!).
Salomé
Salomé
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
terça-feira, 13 de setembro de 2011
Dez anos depois
(Crónica originalmente publicada na revista Lux Woman)
Separei-me – ou melhor dito, divorciei-me - há dez anos. Era para ter sido no dia 11 de Setembro, mas como caíram as torres de Nova Iorque, e a televisão nos absorveu literalmente, e toda aquela irrealidade tomou conta da nossa pequena e insignificante realidade, foi no dia seguinte. Estava um dia de calor com o sol escondido, aqueles dias que dão sono.
Os anos que se seguiram foram vagamente caóticos, algures entre a negação de um falhanço e aqueles coices disparatados dos animais, sem direcção certa, sem rumo, apenas com vontade. Aos 37 anos eu queria tudo menos perder tempo, por isso decidi refazer a minha vida o mais depressa que fosse possível. Queria voltar a casar, queria ser pai outra vez, queria fazer tudo igual, mas desta vez bem feito. Dei entrevistas em que me declarei “disponível para amar”, e namorei desalmadamente como se não houvesse amanhã. Não demorei muito tempo a perceber que estava a tentar o duplo salto mortal. Algo como: do mesmo autor de um casamento que não correu bem, um resto de vida que vai correr pior...
Acordei antes do salto final para o abismo. E decidi aproveitar o tempo – isto é, viver. O verbo é muito fácil de conjugar, muito difícil de praticar. Viver, nestas circunstâncias, significa uma série de outros verbos: crescer, amadurecer, aprender, esperar, acrescentar. Nem sempre eles se conjugam com os dias, é verdade, mas tentar não custa. Dez anos volvidos, não voltei a casar, não fui pai outra vez, a minha vida foi refeita por mim próprio, aprendendo a estar sozinho, aprendendo a gostar de estar comigo, fazendo conviver vazios emocionais com vazios profissionais, ou momentos de paixão e amor com intensos desafios profissionais. Não consegui encontrar equilíbrios, mesmo quando me disseram que o melhor era não os procurar. Aprendi a viver no caos. E a tirar partido dele.
De certa forma, tornei-me uma espécie de livro permanente de auto-ajuda, procurando tirar dos maus momentos os bons ensinamentos, e aplicando o que fui aprendendo nos passos seguintes. Muitas vezes invejei os casais felizes que via nos restaurantes ou na praia ou no jardim, muitas vezes me interroguei sobre o facto de não ter voltado a casar. Mas a cada pergunta – isto é, a cada momento vivido -, obtive sempre a mesma resposta: não tenho de me resignar a uma vida que me fará infeliz. Nem a uma paz podre sem saída. Nem à submissão a um estereótipo social. A partir do momento em que aprendi a estar comigo, e a gostar de estar comigo, o patamar de exigência subiu: só saio daqui para melhor. Para muito melhor.
E foi como se tirasse o pipo a uma bóia – a pressão baixou, o ar começou a circular livremente, e eu deixei de ser ingénuo quando vejo uma família aparentemente feliz num almoço de domingo.
Passados dez anos, a pergunta é: Pedro, acredita no casamento?
Passados dez anos, a resposta é: claro que sim. Volto a casar.
A única diferença são os anos passados. O que vivi. O que resulta de ter aprendido a diferença entre “ser sozinho” e “estar sozinho”. Ou a diferença entre ter companhia e partilhar a vida. Ou mais rigorosamente: a diferença entre seguir um guião socialmente escrito ou não abdicar de ser feliz. Felizmente, nestes dez anos houve quem me fizesse ver a luz. Melhor é possível. E eu fui muito mais vezes feliz em dez anos “div” do que em outros anos “cas”. Sozinho ou apaixonado. O que quer isto dizer? Algo tão simples que parece tolo, mas talvez devesse ser o começo de qualquer reflexão: somos nós que fazemos a nossa vida.
Pedro Rolo Duarte
Separei-me – ou melhor dito, divorciei-me - há dez anos. Era para ter sido no dia 11 de Setembro, mas como caíram as torres de Nova Iorque, e a televisão nos absorveu literalmente, e toda aquela irrealidade tomou conta da nossa pequena e insignificante realidade, foi no dia seguinte. Estava um dia de calor com o sol escondido, aqueles dias que dão sono.
Os anos que se seguiram foram vagamente caóticos, algures entre a negação de um falhanço e aqueles coices disparatados dos animais, sem direcção certa, sem rumo, apenas com vontade. Aos 37 anos eu queria tudo menos perder tempo, por isso decidi refazer a minha vida o mais depressa que fosse possível. Queria voltar a casar, queria ser pai outra vez, queria fazer tudo igual, mas desta vez bem feito. Dei entrevistas em que me declarei “disponível para amar”, e namorei desalmadamente como se não houvesse amanhã. Não demorei muito tempo a perceber que estava a tentar o duplo salto mortal. Algo como: do mesmo autor de um casamento que não correu bem, um resto de vida que vai correr pior...
Acordei antes do salto final para o abismo. E decidi aproveitar o tempo – isto é, viver. O verbo é muito fácil de conjugar, muito difícil de praticar. Viver, nestas circunstâncias, significa uma série de outros verbos: crescer, amadurecer, aprender, esperar, acrescentar. Nem sempre eles se conjugam com os dias, é verdade, mas tentar não custa. Dez anos volvidos, não voltei a casar, não fui pai outra vez, a minha vida foi refeita por mim próprio, aprendendo a estar sozinho, aprendendo a gostar de estar comigo, fazendo conviver vazios emocionais com vazios profissionais, ou momentos de paixão e amor com intensos desafios profissionais. Não consegui encontrar equilíbrios, mesmo quando me disseram que o melhor era não os procurar. Aprendi a viver no caos. E a tirar partido dele.
De certa forma, tornei-me uma espécie de livro permanente de auto-ajuda, procurando tirar dos maus momentos os bons ensinamentos, e aplicando o que fui aprendendo nos passos seguintes. Muitas vezes invejei os casais felizes que via nos restaurantes ou na praia ou no jardim, muitas vezes me interroguei sobre o facto de não ter voltado a casar. Mas a cada pergunta – isto é, a cada momento vivido -, obtive sempre a mesma resposta: não tenho de me resignar a uma vida que me fará infeliz. Nem a uma paz podre sem saída. Nem à submissão a um estereótipo social. A partir do momento em que aprendi a estar comigo, e a gostar de estar comigo, o patamar de exigência subiu: só saio daqui para melhor. Para muito melhor.
E foi como se tirasse o pipo a uma bóia – a pressão baixou, o ar começou a circular livremente, e eu deixei de ser ingénuo quando vejo uma família aparentemente feliz num almoço de domingo.
Passados dez anos, a pergunta é: Pedro, acredita no casamento?
Passados dez anos, a resposta é: claro que sim. Volto a casar.
A única diferença são os anos passados. O que vivi. O que resulta de ter aprendido a diferença entre “ser sozinho” e “estar sozinho”. Ou a diferença entre ter companhia e partilhar a vida. Ou mais rigorosamente: a diferença entre seguir um guião socialmente escrito ou não abdicar de ser feliz. Felizmente, nestes dez anos houve quem me fizesse ver a luz. Melhor é possível. E eu fui muito mais vezes feliz em dez anos “div” do que em outros anos “cas”. Sozinho ou apaixonado. O que quer isto dizer? Algo tão simples que parece tolo, mas talvez devesse ser o começo de qualquer reflexão: somos nós que fazemos a nossa vida.
Pedro Rolo Duarte
Como se Esquece Alguém que se Ama?
Como é que se Esquece Alguém que se Ama? Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está?
As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguem antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso aceitar, primeiro, aceitar.
É preciso aceitar esta mágoa esta moinha, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas o peso que têm em si , isto é, se os livrássemos da carga que lhes damos, aceitando que não têm solução.
Não adianta fugir com o rabo à seringa. Muitas vezes nem há seringa. Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença de que se padece. Muitas vezes só existe a agulha.
Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado.
O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar.
Miguel Esteves Cardoso, in 'Último Volume'
As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguem antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso aceitar, primeiro, aceitar.
É preciso aceitar esta mágoa esta moinha, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas o peso que têm em si , isto é, se os livrássemos da carga que lhes damos, aceitando que não têm solução.
Não adianta fugir com o rabo à seringa. Muitas vezes nem há seringa. Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença de que se padece. Muitas vezes só existe a agulha.
Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado.
O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar.
Miguel Esteves Cardoso, in 'Último Volume'
Esta foi uma noite de relãmpagos lá em casa...
Às duas manhã acordada pela minha filha mais velha, um pesadelo, um pesadelo... lá cedi e partilhei a minha boa cama. Voltas e mais voltas, nada de dormir. 5 da Matina, ainda acordada, oiço a pequena desesperada na busca do seu coelho de estimação,com coragem lá me levanto para o procurar. Regresso e mal caiu na cama levo um soco da cabeça da minha filha na cara,e vi um relâmpago! Não estrelas, mas sim um nítido relâmpago. Era só para partilhar o relãmpago, a cara inchada, negra,de quem levou um murro, olhares supeitos de colegas e pronta para enfrentar a primeira reunião da escola entre pais e professores!
Salomé
Às duas manhã acordada pela minha filha mais velha, um pesadelo, um pesadelo... lá cedi e partilhei a minha boa cama. Voltas e mais voltas, nada de dormir. 5 da Matina, ainda acordada, oiço a pequena desesperada na busca do seu coelho de estimação,com coragem lá me levanto para o procurar. Regresso e mal caiu na cama levo um soco da cabeça da minha filha na cara,e vi um relâmpago! Não estrelas, mas sim um nítido relâmpago. Era só para partilhar o relãmpago, a cara inchada, negra,de quem levou um murro, olhares supeitos de colegas e pronta para enfrentar a primeira reunião da escola entre pais e professores!
Salomé
sábado, 10 de setembro de 2011
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
terça-feira, 6 de setembro de 2011
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Romeu e Julieta
"Duas famílias notáveis da linda Verona, onde a história se passa, transformam em guerra as desavenças antigas, manchando de sangue as suas mãos. E do seio destas duas famílias inimigas nascem dois amantes predestinados".
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