Nas alturas mais complicadas da minha vida escrevo os melhores capítulos.

Não há passos perdidos.


domingo, 17 de janeiro de 2016

"Eu vou morrer... Sei que faltam poucos meses para o fim da minha experiência terrena...
O que faço? Eu desespero, entro em depressão, recuso a ideia da morte e finjo que a doença não existe?
Ou decido vencer a morte... Eu decido com a alma, porque só a alma e o coração me dão a inspiração para compor música como fiz durante 50 anos...
Faço brevemente as contas e, ao que me dizem os médicos, consi...go prever com um afastamento mínimo a data do meu falecimento e fixo a saída do meu novo e último trabalho para o 8 de Janeiro de 2016, o dia em que faço 69 anos.
Trabalho dia e noite, tenho tempo para compor, para aperfeiçoar, para interpretar, para gravar em estúdio e para fazer os vídeos... E faço o mais cedo possível, porque não quero que pelo meu rosto se possa vislumbrar a morte que, bastarda, está a ceifar no meu corpo sem que eu me possa defender...
Mas eu desafio-te, morte.... Foda-se se não te desafio!!!
Eu desafiei e ganhei o mundo fanático dos anos 70 com o orgulho da ambiguidade... Amei homens e mulheres, fui homem, mulher, extraterrestre e, no final, um corpo celeste.
O que podes tu, morte, contra a minha eternidade, a minha genialidade, a minha loucura, a minha criatividade, a minha música que viverá para sempre?
Eu sou Lázaro, dilacerado pelas cicatrizes, a morrer no corpo, mas viverei eternamente através da minha música!
Já vivi o suficiente para receber os votos de feliz aniversário ao qual pensei que não iria chegar, para ver publicado o meu álbum... Sobrevivi ao 8 de Janeiro... E tu, minha querida assassina, perdeste!
Pensa apenas que, se tu não tivesses batido na minha porta, as minhas obras seriam 24, seria bem sucedido nem que vivesse 100 anos, mas em vez disso, graças a ti, são 25!!!
Sabes... Eu vou ser livre como um pássaro!"

David Bowie

1 comentário: