A caminhada ainda se pode. Caminhemos. Que aguente o esqueleto, temos que por é o corpo a mexer.
Hoje acordei com esse propósito e como é raro, é aproveitar.
Escada com ela, e toca a andar pelas 9h da matina. Limitada ao quarteirão. É a oportunidade para descobrir cada metro quadrado de vizinhança.
Os infernos e os paraísos pessoais de cada um.
Resolvo fazer a via das bicicletas que anda deserta e sempre o piso é mais confortável.
Dou de frente com um de ténis iguais aos meus, que até primam por incomuns...afianço um olhar pela graça do match no calçado. Nada. Claro que a estas sincronias só uma mulher dá conta.
Resolvo sair do traçado, ir por onde nunca fui, ver até onde, sigo um cão e o seu dono. Só naquela de os pôr a pensar, esta está-me a seguir. Sintonias zero. Simpatias só para o cão.
Os bancos do jardim vestidos de fitas. Nem para uma pausa em ginástica passiva. Nem para uma água.
É seguir o trilho. Eu que sempre gostei de andar fora dele. Recordo um ano nas Berlengas uma mensagem nos caminhos
" não saia do trilho!" Adequada a esta sinalética da actualidade em silêncio gritante.
Mensagens em espelho. Agendas em branco. É carregar a bateria. Dormir o que se perdeu desde os 18.
Vitaminar em D que ainda se pode. Mesmo sem o café das dez com as vizinhas no bairro. Os hábitos passam fatura.
Voltei renovada. Ainda mercadinho com a pequena e aguarelar de manhã para colorir o dia.
Tarde de filmes e o chá das cinco. Entre as ides e lides às máquinas caseiras um break com o gin das sete e após o jantar que se quer leve aguarda-me o porto das nove. O relógio interno não falha.
Este ano, certo é o banho de álcool por dentro e por fora.
Como se não, sim como se não houvesse amanhã.
O agora, é o que tenho.
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