segunda-feira, 26 de dezembro de 2022
quarta-feira, 21 de dezembro de 2022
terça-feira, 20 de dezembro de 2022
A noite passada acordei com o teu beijo
Vinhas numa barca que não vi passar
Corri pela margem até à beira do mar
Cantavas: Sou gaivota e fui sereia
Ri-me de ti: Então porque não voas?
E então tu olhaste
Depois sorriste
Abriste a janela e voaste
A viola irmã cuidou de me arrastar
Chegado ao mar alto abriu-se em dois o mundo
Olhei para baixo dormias lá no fundo
Por entre as algas teu cabelo boiava
A lua cheia escureceu nas águas
E então falámos
E então dissemos
Aqui vivemos muitos anos
Pela fresta aberta o meu peito fugiu
Estavas do outro lado a tricotar janelas
Vias-me em segredo ao debruçar-te nelas
Cheguei-me a ti disse baixinho: Olá!
Toquei-te no ombro e a marca ficou lá
E então olhaste
Depois sorriste
Disseste: Ainda bem que voltaste!
sexta-feira, 16 de dezembro de 2022
quarta-feira, 14 de dezembro de 2022
domingo, 11 de dezembro de 2022
sábado, 10 de dezembro de 2022
Parece que somos rijos que se farta,
mas qualquer objecto tem uma existência maior.
Sempre me fez confusão como a cafeteira do café continua indiferente às mãos que partiram.
Os sabonetes que adoravas ainda estão no armário a perfumar toalhas descoradas, suaves, servem melhor que as novas.
Guardei a caixinha dos lenços de pano e a tua bracelete do relógio que perdeu as horas.
Encontrei as amêndoas que me irias dar na próxima Páscoa.
Os crisântemos renascidos ao Sol crescem alheios a ti.
O piporro de barro ainda dura mas já sem água da Pipa.
O pão, sem pisca de graça, pureza ou inocência, bolorento antes de ir à boca.
Contigo foi o tempo dos dias bonitos,
agora o Natal, que ficou frio como é de época.
Os cantes sem património, são escassos e fazem eco.
O caminho do Sul perdeu o Norte.
E tu avó?