Parece que somos rijos que se farta,
mas qualquer objecto tem uma existência maior.
Sempre me fez confusão como a cafeteira do café continua indiferente às mãos que partiram.
Os sabonetes que adoravas ainda estão no armário a perfumar toalhas descoradas, suaves, servem melhor que as novas.
Guardei a caixinha dos lenços de pano e a tua bracelete do relógio que perdeu as horas.
Encontrei as amêndoas que me irias dar na próxima Páscoa.
Os crisântemos renascidos ao Sol crescem alheios a ti.
O piporro de barro ainda dura mas já sem água da Pipa.
O pão, sem pisca de graça, pureza ou inocência, bolorento antes de ir à boca.
Contigo foi o tempo dos dias bonitos,
agora o Natal, que ficou frio como é de época.
Os cantes sem património, são escassos e fazem eco.
O caminho do Sul perdeu o Norte.
E tu avó?
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