Nas alturas mais complicadas da minha vida escrevo os melhores capítulos.

Não há passos perdidos.


domingo, 5 de maio de 2024

 Sobre isto de ser mãe,

tive dúvidas sobre se deveria de ser mãe ou não,

acabei por crescer meio sozinha,

a minha mãe foi uma mãe ocupada, esfriada e rigorosa.

Depois de mim veio a minha irmã Isabel, que morreu com meses, mais tarde foi o desgosto do desejado rapaz que não chegou a nascer.

Fui crescendo por ali, por sorte numa terra com muito céu,

entre avós, empregadas, colegas professoras, ou a mãe de alguma amiga,

tive ao longo da vida não um, mas vários modelos de referência de mãe,

que me moldaram como filha emprestada ocasional.


E eu na dúvida, entre ser e não ser, arrisco.

Não me lamentar do que poderia ter sido, essa é a pior das dores.

Fui por isso mãe de duas filhas desejadas,

E sou a mãe possível.

Apesar de,

e neste papel só aprendido sendo, 

o que fizermos e o resultado, só o saberemos muito depois.

Dar conta do recado dos filhos, do trabalho, das casas e dos afins presentes ou ausentes,

não é tarefa que se consiga sem cometer erros.

>E nós??

O que resta da criança que nasceu, 

parida à força,

que tarda em desabrochar, 

da criança que sobreviveu?

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