Harry, o lobo solitário de Hermann Hesse, sofridamente abre mão da crença em sua magnitude em função da aposta na vida e na relação com os outros. Sofre uma queda vertiginosa de sua posição defensiva onipotente ao entender o quanto precisava das pessoas. Neste momento, tornou-se fundamental reinventar-se. Era questão de sobrevivência. E, ao conformar-se com o fato de que sua singularidade era tão especial quanto a dos demais seres humanos, passou a escolher os momentos da vida em que, sim, poderia sentir-se único e os outros em que deveria entender que era mais um na multidão. Discriminar de forma objetiva os territórios que mais lhe importavam conquistar o ajudariam a escolher que lado do seu psiquismo iria privilegiar. E, assim, não mais iria se deixar ser dominado pela luta eterna entre dois EUs que não conversam.
domingo, 20 de novembro de 2016
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