Nas alturas mais complicadas da minha vida escrevo os melhores capítulos.

Não há passos perdidos.


segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Uma segunda feira primeira de Agosto, na pele que nem Blue Monday. Uma Lisboa sem saborosa. Com falta de gás. As bolhas já não respiram nos copos. Agora raros, e os que se encontram não se tocam. Desconfiados não se erguem a festejar semelhante atrevimento nem na socapa. Os mortos pesam sempre mais que os números de verdade. O ábaco interno não falha. Lis, entre travessas, que boa ficou pela primeira vez tanto para os resistentes como para os medrosos. As ruas vazias de carros e de gente, mas o olho aberto no choque em cadeia aleatório do que resta fora nada. Os relógios descompassados, entre encontros, desencontros, rapidinhas e prolongamentos. A vida, que é uma caixa fora da caixa sempre surpreendente. E mesmo sem gás, vai com pilha ou bateria sobresselente. Vai com tudo, que a energia é renovável e se transforma. E o gerador interno um contra-corrente.

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