Nas alturas mais complicadas da minha vida escrevo os melhores capítulos.

Não há passos perdidos.


sábado, 1 de maio de 2021

Céu azul com poucas abertas, Maio a abrir,

numa Lisboa onde por vezes oiço ao longe o relógio da torre das cegonhas.

Fui ao mercadinho dos verdes, olhei os cabazes cheios de toda a variedade do Reino Fungi, 

recordei o tempo das tachadas de cogumelos selvagens que eu devorava quando ainda haviam poucos carros,

do arroz com tubras da avó Alice, 

era sempre Primavera, 

escapava do recreio da escola, para os braços enormes do meu avô Luís, que fazia chover guloseimas nos bolsos,

dias em que a claridade da cal das paredes encadeava, o azul era limpo,

e o Sol não tinha vergonha.

No bater do bico das cegonhas parava à escuta, 

mas nem os joelhos esfolados me faziam pousar.

Ainda tenra percebi que a condução de um veículo e o saber cozinhar são a garantia do sorriso em crescente numa criança-mulher.

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