Nas alturas mais complicadas da minha vida escrevo os melhores capítulos.

Não há passos perdidos.


domingo, 31 de março de 2024

     SÁBADO, 3 DE ABRIL DE 2021

Mesa para um
co·mu·nhão
(latim communio, -onis, comunidade, participação mútua, associação, carácter comum, conformidade)
Em tempos de separação de gentes a comunhão é cada vez mais rara.
De qualquer modo, somos seres Uno, singulares e nas coisas difíceis e importantes estamos sozinhos.
Nas decisões profundas também.
Numa Páscoa passada faz mais de uma década, assinei a desunião sacramental de uma prometida comunhão.
Deixei de acreditar na indissolúvel união entre dois seres.
E o cálice, ficou único à mesa. O que não me impediu de ter já uma considerável coleção de rolhas.
A Páscoa deixou-me sempre um sabor de amêndoa amarga.
Mesmo antes,
quando era os sacos de amêndoas coloridas das mãos da minha querida avó Pura, o último não consegui abrir e ainda jazem desbotadas numa caixa de recordações,
ou o encontro de almoço de família nos campos do Alentejo, Barrancos fresco branco florido e verde, um dos quais correu mal numa brusca tentativa infrutífera na separação de amor entre primos,
mais tarde, era os ovos coloridos que escondia para os sobrinhos na quinta do Norte.
Agora sem campos, quintas ou família, resta o cálice, sem par.
Vale é que tenho uma mesa de madeira antiga no caso de.
E que mesmo sem estarem presentes, como com todos à mesa.
Tenho conversa até para quem não está.
Quem pede, já não pede pão.
Pede um borreguinho, ouvi hoje em queixume.
- Oh Senhor, tomara eu ter para os ovos!
Resumidos estamos, em redução a comunhão virtual, é a ementa.
E a caça aos ovos virou a caça à multa.
Como nos pedem a partilha?
Todas as rea

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