Caio Fernando Abreu: Você acha o homem contemporâneo esvaziado de alma?
Hilda Hilst: Sim. De alma. De espírito. De beleza. Eu acho que pro poeta, o escritor, o artista, a primeira coisa que vem é uma vontade de beleza. Uma nostalgia, talvez, de uma beleza que você conheceu, uma beleza perdida, uma luz. E vem também a diferença de paixões, a volúpia das palavras. Eu gosto das palavras. Eu tenho uma relação afetiva com as palavras. Sensorial. Tem palavras que deixam você com a boca cheia d'água.
Lembrava-me da citação de Bellenger: Seduzir é morrer como realidade e se produzir como engodo. Só as palavras nos salvam!
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