quinta-feira, 30 de abril de 2020
quarta-feira, 29 de abril de 2020
“No hay casualidades sino destinos. No se encuentra sino lo que se busca, y se busca lo que en cierto modo está escondido en lo más profundo y oscuro de nuestro corazón... Razón por la cual parece como que uno termina por encontrarse al final con las personas que debe encontrar."
"Sobre héroes y tumbas", Ernesto Sabato
"Sobre héroes y tumbas", Ernesto Sabato
terça-feira, 28 de abril de 2020
segunda-feira, 27 de abril de 2020
domingo, 26 de abril de 2020
As Coisas Secretas da Alma
Mário de Sá-Carneiro
Mário de Sá-Carneiro
Em todas as almas há coisas secretas cujo segredo é guardado até à morte delas. E são guardadas, mesmo nos momentos mais sinceros, quando nos abismos nos expomos, todos doloridos, num lance de angústia, em face dos amigos mais queridos - porque as palavras que as poderiam traduzir seriam ridículas, mesquinhas, incompreensíveis ao mais perspicaz. Estas coisas são materialmente impossíveis de serem ditas. A própria Natureza as encerrou - não permitindo que a garganta humana pudesse arranjar sons para as exprimir - apenas sons para as caricaturar. E como essas ideias-entranha são as coisas que mais estimamos, falta-nos sempre a coragem de as caricaturar. Daqui os «isolados» que todos nós, os homens, somos. Duas almas que se compreendam inteiramente, que se conheçam, que saibam mutuamente tudo quanto nelas vive - não existem. Nem poderiam existir. No dia em que se compreendessem totalmente - ó ideal dos amorosos! - eu tenho a certeza que se fundiriam numa só. E os corpos morreriam.
in 'Cartas a Fernando Pessoa'
sábado, 25 de abril de 2020
A complicada arte de ver
Ela entrou, deitou-se no divã e disse: “Acho que estou ficando louca”. Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. “Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões _é uma alegria! Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de catedral gótica. De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões… Agora, tudo o que vejo me causa espanto.”
Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as “Odes Elementales”, de Pablo Neruda. Procurei a “Ode à Cebola” e lhe disse: “Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: ‘Rosa de água com escamas de cristal’. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta… Os poetas ensinam a ver”.
Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física.
William Blake sabia disso e afirmou: “A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê”. Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão.
Adélia Prado disse: “Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra”. Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema.
Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem. “Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios”, escreveu Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido. Nietzsche sabia disso e afirmou que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O zen-budismo concorda, e toda a sua espiritualidade é uma busca da experiência chamada “satori”, a abertura do “terceiro olho”. Não sei se Cummings se inspirava no zen-budismo, mas o fato é que escreveu: “Agora os ouvidos dos meus ouvidos acordaram e agora os olhos dos meus olhos se abriram”.
Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado. Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, “seus olhos se abriram”. Vinícius de Moraes adota o mesmo mote em “Operário em Construção”: “De forma que, certo dia, à mesa ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que tudo naquela mesa _garrafa, prato, facão era ele quem fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção”.
A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. Se os olhos estão na caixa de ferramentas, eles são apenas ferramentas que usamos por sua função prática. Com eles vemos objetos, sinais luminosos, nomes de ruas _e ajustamos a nossa ação. O ver se subordina ao fazer. Isso é necessário. Mas é muito pobre. Os olhos não gozam… Mas, quando os olhos estão na caixa dos brinquedos, eles se transformam em órgãos de prazer: brincam com o que vêem, olham pelo prazer de olhar, querem fazer amor com o mundo.
Os olhos que moram na caixa de ferramentas são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é preciso ter as crianças por nossas mestras. Alberto Caeiro disse haver aprendido a arte de ver com um menininho, Jesus Cristo fugido do céu, tornado outra vez criança, eternamente: “A mim, ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar para as coisas. Aponta-me todas as coisas que há nas flores. Mostra-me como as pedras são engraçadas quando a gente as têm na mão e olha devagar para elas”.
Por isso porque eu acho que a primeira função da educação é ensinar a ver, eu gostaria de sugerir que se criasse um novo tipo de professor, um professor que nada teria a ensinar, mas que se dedicaria a apontar os assombros que crescem nos desvãos da banalidade cotidiana. Como o Jesus menino do poema de Caeiro. Sua missão seria partejar “olhos vagabundos”…
– Rubem Alves, crônica “A complicada arte de ver”. publicada originalmente em Folha de S. Paulo, 20.10.2004.
sexta-feira, 24 de abril de 2020
O dom e a ruína
A terra cobre todas as relíquias tombadas:
é leito de uma sede permanente.
Não me tragas o destroço da tua passagem.
Vasco Gato
é leito de uma sede permanente.
Não me tragas o destroço da tua passagem.
Vasco Gato
quinta-feira, 23 de abril de 2020
segunda-feira, 20 de abril de 2020
"Tiempo blanco
vacío sin ti
contigo en la memoria
memoria que te inventa
y te recrea
vacío sin ti
contigo en la memoria
memoria que te inventa
y te recrea
Tiempo azul
el sueño en que te sueño
la clara certeza
de hallar en ti
la tierra prometida
el sueño en que te sueño
la clara certeza
de hallar en ti
la tierra prometida
Tiempo verde
más allá de la esperanza
aguardo
la certeza de tu cuerpo
más allá de la esperanza
aguardo
la certeza de tu cuerpo
Tiempo rojo
presiento tu cuerpo
y se derrama
un río de lava
entre la sombra
presiento tu cuerpo
y se derrama
un río de lava
entre la sombra
Tiempo gris
nostalgia de tu voz
y tu mirada
ausente de tu ser
cae la tarde
nostalgia de tu voz
y tu mirada
ausente de tu ser
cae la tarde
Tiempo negro
lenta muerte
un viento de puñales
se desata
al no saberte cierto".
lenta muerte
un viento de puñales
se desata
al no saberte cierto".
"Policromía del tiempo",
Amparo Dávila
domingo, 19 de abril de 2020
O meu elemento
Que nunca nos falte é o Ar
Sonh ar
Esper ar
Aceit ar.
Respir ar
Aproveit ar
Brinc ar
Desej ar
Am ar
Sonh ar
Esper ar
Aceit ar.
Respir ar
Aproveit ar
Brinc ar
Desej ar
Am ar
sábado, 18 de abril de 2020
Antes café frio, que cerveja quente
A mania que eu tenho de beber café frio,
não porque especialmente goste
começo por o deixar assentar
incapaz de uma chávena escaldada
fica a arrefecer
gosto do tempo do entretanto
de respirar
sentir o aroma, o momento
difícil é apanhar o ponto certo
a temperatura exata
com a mente dispersa que tenho
desliguei já para o tema seguinte
não quero deixar conversa a meio
assuntos variados e urgências antes que
quando retomo à chávena é raro
raríssimas as vezes em que não dou já com ele gelado
no fundo não devo é gostar de café
acabo por o beber de penalti
como um remédio que tem que ser.
não porque especialmente goste
começo por o deixar assentar
incapaz de uma chávena escaldada
fica a arrefecer
gosto do tempo do entretanto
de respirar
sentir o aroma, o momento
difícil é apanhar o ponto certo
a temperatura exata
com a mente dispersa que tenho
desliguei já para o tema seguinte
não quero deixar conversa a meio
assuntos variados e urgências antes que
quando retomo à chávena é raro
raríssimas as vezes em que não dou já com ele gelado
no fundo não devo é gostar de café
acabo por o beber de penalti
como um remédio que tem que ser.
"Eu sei que as túlipas
são os olhos de todos os aviões perdidos
Eu sei que as cidades
são os esqueletos das aves de rapina
Eu sei que os candeeiros ardendo de noite
são os pulmões dos peixes-voadores
Eu sei que o mistério
é uma dentadura abandonada
Eu sei que a loucura
é um braço solitário sorrindo eternamente
Eu sei que os meus olhos
são as tuas pernas frementes
Eu sei que os teus cabelos
são o meu acendedor de pirilampos
Eu sei que a tua boca
é o meu uivo solar
Eu sei que o teu peito e o teu sexo
são a minha água profundamente azul
onde se encontram todos os fantasmas
já perdidos há séculos." Mário-Henrique Leiria
são os olhos de todos os aviões perdidos
Eu sei que as cidades
são os esqueletos das aves de rapina
Eu sei que os candeeiros ardendo de noite
são os pulmões dos peixes-voadores
Eu sei que o mistério
é uma dentadura abandonada
Eu sei que a loucura
é um braço solitário sorrindo eternamente
Eu sei que os meus olhos
são as tuas pernas frementes
Eu sei que os teus cabelos
são o meu acendedor de pirilampos
Eu sei que a tua boca
é o meu uivo solar
Eu sei que o teu peito e o teu sexo
são a minha água profundamente azul
onde se encontram todos os fantasmas
já perdidos há séculos." Mário-Henrique Leiria
"O Gato de Schrödinger"
Qual é, no fundo, a necessidade que temos de um escritor ? Será tanta assim? Qual é a necessidade que temos do outro para sabermos que a nossa vida é real? Estaremos de facto vivos , ou tudo não passará de uma ilusão ?A necessidade que o sujeito e a humanidade tem que lhe contem histórias de vida, sejam estas fictícias ou reais , ou de alguém que nos ajude a reflectir a vida, tem tantos dias como a nossa existência como espécie. Possuidores de uma linguagem sonora e articulada de símbolos e signos cujo significado são também uma género de alquimia, as palavras escritas são um poder mágico tal como a feitiçaria ou a gramática.. As palavras e o seu poder desdobram-nos em todas as quimeras como em todas as vontades ajudando-nos também a identificar e a evoluir e a classificar tudo o que nos rodeia e principalmente a operar perante contradições.. Mas até que ponto a vida se compraz com um escritor ? Pode este suplantar a necessidade de um electricista, de um sapateiro , de um barbeiro, um canalizador ou de de um marceneiro,de um lojista ou de um informático, em suma, de um artista, Porque um artista é não só o que projecta novas realidades tece novos tecidos enfrenta dificuldades , desenha projecta e resolve , até o inexistente, como é alguém que transforma ideais e que nunca se dá por vencido mesmo em tempos de crise criando mundos que jamais imaginamos, improvisando..... trabalhando no ócio. Sabemos ou não sabemos perfeitamente que a necessidade que temos de um escritor se opera num plano bem diferente do da necessidade que temos de todos os outros artistas e técnicos que operam no mundo eminente e material, desde o professor ao banqueiro, do farmacêutico ao agricultor, aqueles que operam com as ferramentas e as máquinas , nas obras , na manutenção e segurança dos edifícios em que vivemos trabalhamos e até nos fecundamos....Se por exemplo, ao entrarmos em casa a nossa chave não dá a volta na fechadura , seremos forçados, mais tarde ou mais cedo, a chamar o serralheiro , e não será provavelmente o escritor que é nosso vizinho ou vizinha que nos possa ajudar numa semelhante situação. Embora nessa situação o escritor possa dar-nos um conselho, não será ele que nos vai abrir a porta. Poderá quando muito, para nos consolar,dizer-nos que estar dentro ou fora é a mesma coisa , que o que está em cima é igual ao que está em baixo, independentemente quer chova ou faça sol....e que ninguém além de nós, e só ele sabe ,que não conseguimos abrir a porta, que poderemos pelo menos, fazer de conta que sim , que é possível abrir a porta e estar dentro de casa mesmo sem chamar o serralheiro. Vivemos então dentro ou fora da caixa consoante soubermos colocar-nos no ponto de vista do escritor.e no seu mundo do faz de conta. E em ultima análise o escritor dir-nos-á, sem com isso nos abrir a porta, que sempre estivemos fora de casa ou dentro de casa , mas nunca estivemos nesse limiar em que nos encontramos precisamente agora, sem saber de que lado estamos , quando na verdade a nossa vida mental se passa exactamente nesse lugar inopinado e virtual que não é dentro nem fora que é apenas a nossa imaginação.
O limiar da porta,.
Para isso servem os escritores, para nos colocar no limiar de dois mundos possíveis, e não para resolver problemas.. Para que serve a física quântica e o Gato de Schrödinger? Talvez para algo mais que a lógica de um escriturário um tradutor ou um mero contabilista. É um pouco como este paradoxo de sabermos em que lado está o gato se ele existe de facto ou se estará vivo ou morto, que a todos nos assiste o espectáculo incomensurável e contudo finito das nossas vis e maravilhosas existâncias?. Estaremos afinal confinados fora de casa ou dentro de casa? Estaremos mais vivos fora de casa sem confinamento vivendo com máscaras e luvas, ou dentro de casa julgando nos seguros, fazendo uma vida sem mistérios obedecendo a gestos e automatismos de uma rotina diária que nada questiona ?A não ser ... que sejamos gatos....e estejamos de férias, tenhamos sete vidas permanentes... e principalmente não emprenhemos pelos ouvidos, ou mesmo assim .... um problema real nos surja e a chave nos deixe fora da porta e nos obrigue a pensar fora da caixa, ou melhor fora de casa,sem máscara, sem luvas , sem gel....
De que lado da caixa estamos?Porque é que preferimos o droguista ao médico... será para atenuar o caminho das penas....Não sabemos de que lado da caixa está o verdadeiro perigo. Estamos e não estamos e nem sabemos se o gato de Shrodinger somos nós. No entanto, se alguém chamar o serralheiro e abrirmos a porta poderá dar se o caso de, dentro de casa, virmos a encontrar o nosso sósia sujeito às mesmas provas que o gato de Shrödinger", e deste ter ficado electrocutado ou sujeito a radiações gama ou até ter ter engolido um qualquer veneno sem termos tido a possibilidade de ligar ao SNS por que ninguém nos atende. Apre ... o melhor é sair já de casa....e ir ouvir o mar ...o mar a ruir as entranhas da terra como se escavasse túneis e galerias qual toupeira industrial clamando por coisas que até parecem impossíveis. Afinal para que serve um escritor ?E o gato de Shrodinger.? Será bom saber se ele existe...e a física quântica , será essa a resposta para a história de um vírus ou das suas máscaras?
O limiar da porta,.
Para isso servem os escritores, para nos colocar no limiar de dois mundos possíveis, e não para resolver problemas.. Para que serve a física quântica e o Gato de Schrödinger? Talvez para algo mais que a lógica de um escriturário um tradutor ou um mero contabilista. É um pouco como este paradoxo de sabermos em que lado está o gato se ele existe de facto ou se estará vivo ou morto, que a todos nos assiste o espectáculo incomensurável e contudo finito das nossas vis e maravilhosas existâncias?. Estaremos afinal confinados fora de casa ou dentro de casa? Estaremos mais vivos fora de casa sem confinamento vivendo com máscaras e luvas, ou dentro de casa julgando nos seguros, fazendo uma vida sem mistérios obedecendo a gestos e automatismos de uma rotina diária que nada questiona ?A não ser ... que sejamos gatos....e estejamos de férias, tenhamos sete vidas permanentes... e principalmente não emprenhemos pelos ouvidos, ou mesmo assim .... um problema real nos surja e a chave nos deixe fora da porta e nos obrigue a pensar fora da caixa, ou melhor fora de casa,sem máscara, sem luvas , sem gel....
De que lado da caixa estamos?Porque é que preferimos o droguista ao médico... será para atenuar o caminho das penas....Não sabemos de que lado da caixa está o verdadeiro perigo. Estamos e não estamos e nem sabemos se o gato de Shrodinger somos nós. No entanto, se alguém chamar o serralheiro e abrirmos a porta poderá dar se o caso de, dentro de casa, virmos a encontrar o nosso sósia sujeito às mesmas provas que o gato de Shrödinger", e deste ter ficado electrocutado ou sujeito a radiações gama ou até ter ter engolido um qualquer veneno sem termos tido a possibilidade de ligar ao SNS por que ninguém nos atende. Apre ... o melhor é sair já de casa....e ir ouvir o mar ...o mar a ruir as entranhas da terra como se escavasse túneis e galerias qual toupeira industrial clamando por coisas que até parecem impossíveis. Afinal para que serve um escritor ?E o gato de Shrodinger.? Será bom saber se ele existe...e a física quântica , será essa a resposta para a história de um vírus ou das suas máscaras?
Josep Pardó
sexta-feira, 17 de abril de 2020
PC
I will find you again, my love.
«So here we are
And I can vaguely and strangely trace your outline
I can remember what it felt like to hold you
I can remember what it was like to stare blindly
Into your eyes for what felt like an eternity
How could I forget that?
I could never forget that
I could never forget you
As it stands
I've found myself in that doorway again
With both feet in and your heart on my sleeve
But I can't bring myself to walk through this time
Not yet at least
Not until I take one last look and see that it was you
That it was always you
I will find you again
I will find you again»
«So here we are
And I can vaguely and strangely trace your outline
I can remember what it felt like to hold you
I can remember what it was like to stare blindly
Into your eyes for what felt like an eternity
How could I forget that?
I could never forget that
I could never forget you
As it stands
I've found myself in that doorway again
With both feet in and your heart on my sleeve
But I can't bring myself to walk through this time
Not yet at least
Not until I take one last look and see that it was you
That it was always you
I will find you again
I will find you again»
i turned away from the glorious light
i turned my head and cried
whatever waiting means in this new place
i am waiting for you
your voice is echoing love love love love love
i hear it far far away
and i am waiting for you
i am waiting for you
whatever waiting means in this new place
i am waiting for you
i am waiting for you
Michael Stipe
i turned my head and cried
whatever waiting means in this new place
i am waiting for you
your voice is echoing love love love love love
i hear it far far away
and i am waiting for you
i am waiting for you
whatever waiting means in this new place
i am waiting for you
i am waiting for you
Michael Stipe
quinta-feira, 16 de abril de 2020
Covid 20
Como militar, tinha aprendido nos bancos da Academia Militar, que o Homem e o seu Moral, eram as armas fundamentais e a espinha dorsal de qualquer exército e que sem elas, nada feito.
Mas só face ás circunstâncias concretas se percebe a dimensão de tal verdade.
José Luiz da Costa Sousa.
Capitão Paraquedista
Capitão Paraquedista
eu, antiga aluna de ensino militar também digo que é esta a hora de cada um escolher a forma como enfrenta esta época de viragem que nos atinge a todos já que não há para onde fugir.
que a esperança, a coragem, a bravura e a força estejam nas nossas entranhas e sediadas no nosso carácter e nos acompanhem na caminhada.
e que o amor nos dê o alento que falta em cada passo.
Amém
"Morreu o homem que gostava de escrever na cozinha.
Que conheceu bem a palavra exilio.
Que se apaixonou pela mulher para a deixar e voltar 20 anos depois porque há laços lixados."
Acrescento que os artistas são eternos porque deixam obra, e enquanto um de nós se deslumbrar com a sua arte eles vivem.
quarta-feira, 15 de abril de 2020
terça-feira, 14 de abril de 2020
segunda-feira, 13 de abril de 2020
Estes lembretes diários dos dias de:
dia do beijo,
dia dos irmãos,
dia do filho,
dia do pai,
dia da mãe,
é tão redutor.
como senão fossem naturalmente todos os dias e não de demonstração obrigatória nos dias flash da família ou amor feliz.
Aqui deixo um beijo de pedra e cal para memória futura. E que abuse quem puder.
sábado, 11 de abril de 2020
sexta-feira, 10 de abril de 2020
quinta-feira, 9 de abril de 2020
quarta-feira, 8 de abril de 2020
às vezes, as palavras são como peixes dentro de aquários. sem consolo. e dificilmente se acredita no azul. mas isso não é desculpa. o que pesa nos dias trocarás por um gesto de mão. no final, regressaremos a uma esplanada, a um livro na estante por abrir. pediremos um café olhando com um sorriso a solidão por companhia. envelheceremos livres, pensando que no nosso tempo é que era; com olhos de quem sofre um peixe num aquário, naufrágio íntimo. distracções. versos. os dias estão para isto. vidro instável.
Pedro Teixeira Neves
terça-feira, 7 de abril de 2020
"Out of the night that covers me,
Black as the pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.
In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.
Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds and shall find me unafraid.
It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate,
I am the captain of my soul."
William Ernest Henley
segunda-feira, 6 de abril de 2020
Cycles.
We live in cycles.
Cycles and circles.
In a routine.
But I don't mean the day routine
I mean the life routine.
The one where you cry.
The one where you laugh.
The one where you meet.
Where you meet places.
Where you meet people.
Where you meet moments.
That's what I mean, a life routine.
Our life is a cycle.
A circle, where we live.
In a life, where we repeat events.
Where we meet again the same people.
But with different eyes.
Where we find the same songs.
But with different rythm.
Where we wake up in a new day.
But with the same moon.
But our circle is not perfect.
Our life is not a perfect cycle.
And we don't always walk at the same rhythm.
Sometimes we run.
Other times, we swim.
And we sometimes drown.
Sometimes.
We try to fly.
The imperfection in the circle.
In our cycle.
The difference of rhythm.
The how thin.
Or how thick, the circle is.
Makes us notice that life change.
That life is not always the same.
That we can live a whole life smilling
Or crying
A life where at the beginning we are happy
But at the end, we die killed by our own selves.
A life where in a day, we can be in love.
And at the next day, our hearth is broken in peaces.
We dont pay attention to our cycle.
To our circle.
We exist on it, yes.
We do.
But we dont live.
We try to make it larger.
Or faster.
Some of us.
We try to paint it.
Or to fill it with music
Or to tattoo it with poetry.
We try to make art.
Some of us.
We try to make art on our circle.
Our cycle.
Some of us.
We suffer.
Some of us.
We try to make the circle shorter.
We try to cut our circle.
To end our cycle.
In the pain.
Our cycle makes us live
Our circle makes us see.
In the pain.
Where we find more cycles.
And more circles.
We drown.
We fall.
We die.
Some of us.
We suffer.
Our cycle is a pain.
Our circle strangle us.
Like a rope.
Beginning, the way, and the end.
The three steps of our cycle.
We decide what kind of cycle to choose.
Some of us do.
Now, I paint.
I fly.
I try to let go.
I try to find my way.
I try to find my way in this circle.
I fly.
I write.
I paint.
I live.
Is this the end?
Am I just born?
What path do I choose?
What cycle?
What circle?
Am I alive?
We live in cycles.
Cycles and circles.
In a routine.
But I don't mean the day routine
I mean the life routine.
The one where you cry.
The one where you laugh.
The one where you meet.
Where you meet places.
Where you meet people.
Where you meet moments.
That's what I mean, a life routine.
Our life is a cycle.
A circle, where we live.
In a life, where we repeat events.
Where we meet again the same people.
But with different eyes.
Where we find the same songs.
But with different rythm.
Where we wake up in a new day.
But with the same moon.
But our circle is not perfect.
Our life is not a perfect cycle.
And we don't always walk at the same rhythm.
Sometimes we run.
Other times, we swim.
And we sometimes drown.
Sometimes.
We try to fly.
The imperfection in the circle.
In our cycle.
The difference of rhythm.
The how thin.
Or how thick, the circle is.
Makes us notice that life change.
That life is not always the same.
That we can live a whole life smilling
Or crying
A life where at the beginning we are happy
But at the end, we die killed by our own selves.
A life where in a day, we can be in love.
And at the next day, our hearth is broken in peaces.
We dont pay attention to our cycle.
To our circle.
We exist on it, yes.
We do.
But we dont live.
We try to make it larger.
Or faster.
Some of us.
We try to paint it.
Or to fill it with music
Or to tattoo it with poetry.
We try to make art.
Some of us.
We try to make art on our circle.
Our cycle.
Some of us.
We suffer.
Some of us.
We try to make the circle shorter.
We try to cut our circle.
To end our cycle.
In the pain.
Our cycle makes us live
Our circle makes us see.
In the pain.
Where we find more cycles.
And more circles.
We drown.
We fall.
We die.
Some of us.
We suffer.
Our cycle is a pain.
Our circle strangle us.
Like a rope.
Beginning, the way, and the end.
The three steps of our cycle.
We decide what kind of cycle to choose.
Some of us do.
Now, I paint.
I fly.
I try to let go.
I try to find my way.
I try to find my way in this circle.
I fly.
I write.
I paint.
I live.
Is this the end?
Am I just born?
What path do I choose?
What cycle?
What circle?
Am I alive?
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