Nas alturas mais complicadas da minha vida escrevo os melhores capítulos.

Não há passos perdidos.


sábado, 4 de abril de 2020

se pudesse escolher quem escolheria para passar a quarentena?

Antes a pergunta era,
- Quem escolhias levar para uma ilha deserta?

Dá que pensar,...como se fosse possível fazermos essa escolha. Em última instância será, mas 
a liberdade também é essa, escolher. Num tempo em que escolher não é de todo uma opção. 
Levamos assim mais de uma vez a chapada na cara das escolhas que fizemos um dia, as que não podemos cortar os fios e deixar para trás. Tudo é um preso por ter cão e preso por não ter.
Se pudesse escolhia os livros, sempre me duram e deram mais dentro e fora de mim, já que o infinito é a utopia do que não chega mesmo a caminhar nesse sentido.
(sim, digam que fecharam as fronteiras e fiquei retida)

Dia de silêncio, vento e chuva, com esta calmaria parece um sábado - domingo dormindo de Outono. Ainda assim fui tratar dos abastecimentos urgentes,
- Siñora, Siñora... já temos di tudo! diz feliz o Indiano da loja do bairro onde me abasteço que nesta feita está a bombar mais que nunca e pode finalmente encher a casa com o que vírus tem rendido.
Sempre fui fiel ao comércio de bairro, é a minha pequena contribuição para que não fechem. 
Num dia de antes, dos normais aprecio chegar no metro ao fim do dia de trabalho passar lá e ele dizer-me:
- Mininas já vieram buscar pão! 
e eu sorrio!

Agora depois das sobrevivências diárias estou disponível para passear os cães da vizinhança, fazer recados, ou ir por vós que por mim eu já fiz, sou pós foguete no pescoço, sépsis, pneumonia e muitos afins.
Alguém?

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