"O Gato de Schrödinger"
Qual é, no fundo, a necessidade que temos de um escritor ? Será tanta assim? Qual é a necessidade que temos do outro para sabermos que a nossa vida é real? Estaremos de facto vivos , ou tudo não passará de uma ilusão ?A necessidade que o sujeito e a humanidade tem que lhe contem histórias de vida, sejam estas fictícias ou reais , ou de alguém que nos ajude a reflectir a vida, tem tantos dias como a nossa existência como espécie. Possuidores de uma linguagem sonora e articulada de símbolos e signos cujo significado são também uma género de alquimia, as palavras escritas são um poder mágico tal como a feitiçaria ou a gramática.. As palavras e o seu poder desdobram-nos em todas as quimeras como em todas as vontades ajudando-nos também a identificar e a evoluir e a classificar tudo o que nos rodeia e principalmente a operar perante contradições.. Mas até que ponto a vida se compraz com um escritor ? Pode este suplantar a necessidade de um electricista, de um sapateiro , de um barbeiro, um canalizador ou de de um marceneiro,de um lojista ou de um informático, em suma, de um artista, Porque um artista é não só o que projecta novas realidades tece novos tecidos enfrenta dificuldades , desenha projecta e resolve , até o inexistente, como é alguém que transforma ideais e que nunca se dá por vencido mesmo em tempos de crise criando mundos que jamais imaginamos, improvisando..... trabalhando no ócio. Sabemos ou não sabemos perfeitamente que a necessidade que temos de um escritor se opera num plano bem diferente do da necessidade que temos de todos os outros artistas e técnicos que operam no mundo eminente e material, desde o professor ao banqueiro, do farmacêutico ao agricultor, aqueles que operam com as ferramentas e as máquinas , nas obras , na manutenção e segurança dos edifícios em que vivemos trabalhamos e até nos fecundamos....Se por exemplo, ao entrarmos em casa a nossa chave não dá a volta na fechadura , seremos forçados, mais tarde ou mais cedo, a chamar o serralheiro , e não será provavelmente o escritor que é nosso vizinho ou vizinha que nos possa ajudar numa semelhante situação. Embora nessa situação o escritor possa dar-nos um conselho, não será ele que nos vai abrir a porta. Poderá quando muito, para nos consolar,dizer-nos que estar dentro ou fora é a mesma coisa , que o que está em cima é igual ao que está em baixo, independentemente quer chova ou faça sol....e que ninguém além de nós, e só ele sabe ,que não conseguimos abrir a porta, que poderemos pelo menos, fazer de conta que sim , que é possível abrir a porta e estar dentro de casa mesmo sem chamar o serralheiro. Vivemos então dentro ou fora da caixa consoante soubermos colocar-nos no ponto de vista do escritor.e no seu mundo do faz de conta. E em ultima análise o escritor dir-nos-á, sem com isso nos abrir a porta, que sempre estivemos fora de casa ou dentro de casa , mas nunca estivemos nesse limiar em que nos encontramos precisamente agora, sem saber de que lado estamos , quando na verdade a nossa vida mental se passa exactamente nesse lugar inopinado e virtual que não é dentro nem fora que é apenas a nossa imaginação.
O limiar da porta,.
Para isso servem os escritores, para nos colocar no limiar de dois mundos possíveis, e não para resolver problemas.. Para que serve a física quântica e o Gato de Schrödinger? Talvez para algo mais que a lógica de um escriturário um tradutor ou um mero contabilista. É um pouco como este paradoxo de sabermos em que lado está o gato se ele existe de facto ou se estará vivo ou morto, que a todos nos assiste o espectáculo incomensurável e contudo finito das nossas vis e maravilhosas existâncias?. Estaremos afinal confinados fora de casa ou dentro de casa? Estaremos mais vivos fora de casa sem confinamento vivendo com máscaras e luvas, ou dentro de casa julgando nos seguros, fazendo uma vida sem mistérios obedecendo a gestos e automatismos de uma rotina diária que nada questiona ?A não ser ... que sejamos gatos....e estejamos de férias, tenhamos sete vidas permanentes... e principalmente não emprenhemos pelos ouvidos, ou mesmo assim .... um problema real nos surja e a chave nos deixe fora da porta e nos obrigue a pensar fora da caixa, ou melhor fora de casa,sem máscara, sem luvas , sem gel....
De que lado da caixa estamos?Porque é que preferimos o droguista ao médico... será para atenuar o caminho das penas....Não sabemos de que lado da caixa está o verdadeiro perigo. Estamos e não estamos e nem sabemos se o gato de Shrodinger somos nós. No entanto, se alguém chamar o serralheiro e abrirmos a porta poderá dar se o caso de, dentro de casa, virmos a encontrar o nosso sósia sujeito às mesmas provas que o gato de Shrödinger", e deste ter ficado electrocutado ou sujeito a radiações gama ou até ter ter engolido um qualquer veneno sem termos tido a possibilidade de ligar ao SNS por que ninguém nos atende. Apre ... o melhor é sair já de casa....e ir ouvir o mar ...o mar a ruir as entranhas da terra como se escavasse túneis e galerias qual toupeira industrial clamando por coisas que até parecem impossíveis. Afinal para que serve um escritor ?E o gato de Shrodinger.? Será bom saber se ele existe...e a física quântica , será essa a resposta para a história de um vírus ou das suas máscaras?
O limiar da porta,.
Para isso servem os escritores, para nos colocar no limiar de dois mundos possíveis, e não para resolver problemas.. Para que serve a física quântica e o Gato de Schrödinger? Talvez para algo mais que a lógica de um escriturário um tradutor ou um mero contabilista. É um pouco como este paradoxo de sabermos em que lado está o gato se ele existe de facto ou se estará vivo ou morto, que a todos nos assiste o espectáculo incomensurável e contudo finito das nossas vis e maravilhosas existâncias?. Estaremos afinal confinados fora de casa ou dentro de casa? Estaremos mais vivos fora de casa sem confinamento vivendo com máscaras e luvas, ou dentro de casa julgando nos seguros, fazendo uma vida sem mistérios obedecendo a gestos e automatismos de uma rotina diária que nada questiona ?A não ser ... que sejamos gatos....e estejamos de férias, tenhamos sete vidas permanentes... e principalmente não emprenhemos pelos ouvidos, ou mesmo assim .... um problema real nos surja e a chave nos deixe fora da porta e nos obrigue a pensar fora da caixa, ou melhor fora de casa,sem máscara, sem luvas , sem gel....
De que lado da caixa estamos?Porque é que preferimos o droguista ao médico... será para atenuar o caminho das penas....Não sabemos de que lado da caixa está o verdadeiro perigo. Estamos e não estamos e nem sabemos se o gato de Shrodinger somos nós. No entanto, se alguém chamar o serralheiro e abrirmos a porta poderá dar se o caso de, dentro de casa, virmos a encontrar o nosso sósia sujeito às mesmas provas que o gato de Shrödinger", e deste ter ficado electrocutado ou sujeito a radiações gama ou até ter ter engolido um qualquer veneno sem termos tido a possibilidade de ligar ao SNS por que ninguém nos atende. Apre ... o melhor é sair já de casa....e ir ouvir o mar ...o mar a ruir as entranhas da terra como se escavasse túneis e galerias qual toupeira industrial clamando por coisas que até parecem impossíveis. Afinal para que serve um escritor ?E o gato de Shrodinger.? Será bom saber se ele existe...e a física quântica , será essa a resposta para a história de um vírus ou das suas máscaras?
Josep Pardó
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