Até que sou rapariga de gostar de comer verdes e afins... antes disto ser moda já eu andava no pólen, mesmo sendo alentejana pata negra.
Mas já não se pode com tanta comida saudável a saber ao mesmo.
Degustar sim mas que surpreenda.
Manias de tudo querer brunch e sushi.
Suspiro por algo de verdade, que me faça salivar. Que aqueça.
Chega de cafés à la país do norte, restaurantes em tons pastel e espaços a soar a leve e light.
É bowls, salmão e tostas de abacate em cada prato. Menú previsível. Porta sim porta sim... vira o disco e toca o mesmo em todas as ruas. Em loop.
Pura vida mas nem tanto.
Regressem os taberneiros,
que falta que me fazem os azulejos feios nas paredes, as cadeiras incómodas lascadas, o verdadeiro velho mosaico hidráulico, o cheiro à tasca de sempre, a conta menos que dez na toalha de papel.
Comer a gordura a escorrer a rodos, venha o pernil e a batatinha frita.
Saudades de me sentar em frente a um copo a ouvir conversas das caras de quem vive nos lugares de sempre que foram substituídos por mais do mesmo, onde não somos um nome mas um número.
Digo que:
Tenho apetite do tacho simples. Que a barriga é velha e a fome ainda mais.
E que antes ser do colesterol que da falta dele.
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