Nas alturas mais complicadas da minha vida escrevo os melhores capítulos.

Não há passos perdidos.


sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Há! Mas são verdes!

Até que sou rapariga de gostar de comer verdes e afins... antes disto ser moda já eu andava no pólen, mesmo sendo alentejana pata negra.

Mas já não se pode com tanta comida saudável a saber ao mesmo.

Degustar sim mas que surpreenda.

Manias de tudo querer brunch e sushi. 

Suspiro por algo de verdade, que me faça salivar. Que aqueça. 

Chega de cafés à la país do norte, restaurantes em tons pastel e espaços a soar a leve e light.

É bowls, salmão e tostas de abacate em cada prato. Menú previsível. Porta sim porta sim... vira o disco e toca o mesmo em todas as ruas. Em loop.

Pura vida mas nem tanto. 

Regressem os taberneiros, 

que falta que me fazem os azulejos feios nas paredes, as cadeiras incómodas lascadas, o verdadeiro velho mosaico hidráulico, o cheiro à tasca de sempre, a conta menos que dez na toalha de papel.

Comer a gordura a escorrer a rodos, venha o pernil e a batatinha frita. 

Saudades de me sentar em frente a um copo a ouvir conversas das caras de quem vive nos lugares de sempre que foram substituídos por mais do mesmo, onde não somos um nome mas um número.

Digo que:

Tenho apetite do tacho simples. Que a barriga é velha e a fome ainda mais. 

E que antes ser do colesterol que da falta dele.



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