Nas alturas mais complicadas da minha vida escrevo os melhores capítulos.

Não há passos perdidos.


quinta-feira, 15 de abril de 2021

A coisa é séria quando eu já nem peço batatas

Uma pessoa bem tenta,...

hoje resolvi fazer o gosto à boca,

depois da noite passada às voltas com a memória do último frango à guia,

oferecido pelo meu colega da mesa do lado, que partilha comigo o "pague um venham dois", 

para certas coisas tenho debilidade, eu que nem queria.

Entre a sopa diminuta e a salada do dia anterior não rejeito mais meio frango,

estava divinal, 

salpicado de picante, tostado a preceito, no tamanho certo,

memorável.

De tal forma que ontem, depois da reunião de condomínio em que o tema central era o bloqueio da futura churrasqueira na loja do prédio,

que o fumo, que o cheiro, que o que há de ser,...

adormeço, 

a minha mente em pesadelo salivava por nacos do dito frango do dia anterior.

Acordo pouco depois, de barriga carente, tento encomendar fora de horas, falta adivinhar o restaurante, donde vinha a perdição, num bairro pejado de sucedâneos.

Tento respirar fundo, pensar que é só um frango,

que estamos em pandemia.

Vejo o mapa,

e as possibilidades,

e que a Nova Lisboa não é Nova Iorque.

Penso que frango não teria vindo certamente do restaurante cujo nome é a alcunha posta por mim ao meu colega muito antes disto tudo. 

No entanto, estudei estatística,

hipóteses aleatórias, 

e a fantástica Lei de Murphy.

E hoje a meio da manhã,

perguntei-lhe por graça,

o nome do restaurante,...para poder ir mais tarde pecar e o crime compensar.

Sorri, quando o ouvi dizer o nome,

só podia ser esse, a alcunha que lhe tinha colado em cima desde que o vi. 

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