Nas alturas mais complicadas da minha vida escrevo os melhores capítulos.

Não há passos perdidos.


sexta-feira, 2 de abril de 2021

Volto a adormecer com a imagem da cor carmim a escorrer da melga estripada no abajur bege.

Não resistiram os dois. A minha pontaria podia ter poupado o bege pelo menos.

Mesmo gostando de misturar pantones.

Fiquei a pensar que a matei com a almofada Picasso. Sempre certeiro por onde passa.

Quem tem um Picasso ao lado tá safo.

Acordo, Sexta-feira Santa. Todas elas deveriam de o ser, numa preparação do Sábado, dia onde todas as coisas são possíveis, que ao romper Domingo já eram.

Descalça, olho os pés à espera de praia e tomo quem sabe um dos últimos cafés caseiros desconfiada nos avanços e recuos já fecha já abre.

Venham as esplanadas que já não se aguenta o cheiro a bafio.

Foco no azul por entre a nuvem, suspiro.

Agora percebo a minha avó que tanto suspirava e me dizia que a vida é uma ilusão.

Mesmo assim sou como a Sophia e nunca as minhas mãos ficam vazias.


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