Volto a adormecer com a imagem da cor carmim a escorrer da melga estripada no abajur bege.
Não resistiram os dois. A minha pontaria podia ter poupado o bege pelo menos.
Mesmo gostando de misturar pantones.
Fiquei a pensar que a matei com a almofada Picasso. Sempre certeiro por onde passa.
Quem tem um Picasso ao lado tá safo.
Acordo, Sexta-feira Santa. Todas elas deveriam de o ser, numa preparação do Sábado, dia onde todas as coisas são possíveis, que ao romper Domingo já eram.
Descalça, olho os pés à espera de praia e tomo quem sabe um dos últimos cafés caseiros desconfiada nos avanços e recuos já fecha já abre.
Venham as esplanadas que já não se aguenta o cheiro a bafio.
Foco no azul por entre a nuvem, suspiro.
Agora percebo a minha avó que tanto suspirava e me dizia que a vida é uma ilusão.
Mesmo assim sou como a Sophia e nunca as minhas mãos ficam vazias.
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