Nas alturas mais complicadas da minha vida escrevo os melhores capítulos.

Não há passos perdidos.


domingo, 18 de abril de 2021

Fui só ali ver o mar em terra enlatado

Buscamos os semelhantes, também eu caminho em vagas de azul esverdeado, já fico já vou.

A mesa vazia à minha espera pedia o meu descanso, apesar do aviso "arribas instáveis". Como se algo o não fosse.

A salvo está o passado pensei. E mesmo esse respira cuidados e dificuldades no encaixe fragmentado da nossa esfumada memória.

Porque juntei eu a colcha de pano de chita do colégio gelado com as sestas ao som de Carlos Gardel no tórrido Alentejo? O gaspacho com o entardecer em Montes Claros, e a flor de laranjeira com as escadas de cal do quintal da minha avó?

De volta à realidade tento umas ostras, logo hoje que é Domingo dia de jejuar, eu com os meus apetites.

Vislumbro um branco gelado e as ostras a morrer na minha boca.

Nada. Que não se justifica devido à pouca saída. Lá se vai o Zinco!

Venham então as azeitonas, no mantiene pero entretiene. 

E a vida é isto, entretidos com o berlinde, até que venha o tempo das cerejas e das sardinhas que não são para pressas.

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