Nas alturas mais complicadas da minha vida escrevo os melhores capítulos.

Não há passos perdidos.


segunda-feira, 18 de maio de 2020

A caminho

Movida pela abertura dos restaurantes, e a esperança dos exageros de degustação comidos e bebidos que chegarão a passos largos daqui a dias, só havia algo a fazer e a ter que começar hoje, caminhar.
Lá me enchi de atitude, equipada com a minha T-shirt para rir, recordar, digerir, e introduzir - Corpinho Danone Power, um bom par de ténis que o meu calcanhar é mesmo como o de Aquiles, e o podómetro para contabilizar passos e não haver batotas.
Longe dos ideais 10 000 passos aconselhados fiquei hoje nos 3000 para primeiro dia, mais escadas. Amanhã é a dobrar, e o mais difícil como em tudo na vida, manter.
Acabou o elevador.
A subir as escadas vi que o meu caso era mesmo grave, não tanto por custar a subida mas por constatar a notória diferença entre o meu patamar de entrada e o dos outros. Vi que nuns deixam sapatos à porta, outros bancos para ajudar a despir roupa e casacos, outros flores, outros os despojos dos dias de quarentena. A minha entrada tem garrafas de vinho a aguardar vidrão, patins que não vão a uso faz muito e a bicicleta dos pneus vazios. Os cheios estão na minha barriga a caminho da taça  michelin. 
Sem mais desculpas, mesmo com o horizonte de fazer praia hipotecado, agendas ainda vazias e os vestidos de noite fechados num armário sem chave.
Toca a mexer. Pilha na balança. Falar ao espelho que as medidas digam por si.
E muita água, não, o vinho não pode ser a melhor bebida do mundo Rita!

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