quinta-feira, 31 de dezembro de 2020
quarta-feira, 30 de dezembro de 2020
domingo, 27 de dezembro de 2020
sábado, 26 de dezembro de 2020
domingo, 20 de dezembro de 2020
(...) Nunca mais nos veremos? Perguntei com a estupidez de quando não há perguntas a fazer. Mas ao mesmo tempo, por baixo da minha insensatez, eu sentia o impulso absurdo de recuperar uma irrealidade perdida. Nunca mais?... E imprevistamente era aí que eu repousava, na tua face, na imagem final do meu desassossego.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2020
terça-feira, 15 de dezembro de 2020
domingo, 13 de dezembro de 2020
terça-feira, 8 de dezembro de 2020
sábado, 5 de dezembro de 2020
terça-feira, 1 de dezembro de 2020
terça-feira, 24 de novembro de 2020
quarta-feira, 18 de novembro de 2020
terça-feira, 17 de novembro de 2020
domingo, 15 de novembro de 2020
Quem não tem cão, caça com gato
A propósito do que a minha vista alcança da minha janela
Ainda que míope,
reparo em novos passeantes
o calçado desportivo enfiado faz décadas no fundo dos armários respira novamente
afinal o desporto é bom e só agora demos conta
vejo carrinhos de bebés vazios, terão fugido as crianças
Coleiras sem cão que passeiam os donos, terão fugido os cães
Ou foram cedidos, alugados e enquanto isso andamos todos em manobras de distração às punições
Os anúncios agora são de "alugam-se cães para passeios higiénicos"
Cada um dá o que pode, a questão é poder estar mais metros em liberdade.
Enxotamos coleiras e alargamos medidas,
Aprendemos a nova métrica.
E a diferença real entre Conselho e Concelho.
Mas pelo menos uma constante, o som da flauta do afiador de tesouras.
Seremos mesmo é o animal de estimação de alguém?
sábado, 14 de novembro de 2020
segunda-feira, 9 de novembro de 2020
domingo, 8 de novembro de 2020
sábado, 7 de novembro de 2020
quinta-feira, 5 de novembro de 2020
terça-feira, 3 de novembro de 2020
segunda-feira, 2 de novembro de 2020
sexta-feira, 30 de outubro de 2020
quarta-feira, 28 de outubro de 2020
segunda-feira, 26 de outubro de 2020
domingo, 25 de outubro de 2020
A Quinta de S. João
Hoje, enquanto descascava maçãs para fazer puré não pude deixar de recordar...os meus tempos na Quinta de S. João, em Viseu, no Outono mais frio da minha vida.
Acabada de chegar do Sul, de Évora, de Biofísica e da longa folga e leve vida de estudante.
Tudo foi um estranhar e entranhar. A paisagem, o clima, as casas, as comidas, o sotaque, as gentes do Norte. As mulheres trabalhadoras com a força de homens.
O meu primeiro emprego, foi ir trabalhar nas estufas. Nas plantas aromáticas e medicinais. Que entretanto ficaram sem muito para tratar ou fazer. Era a apanha das maçãs na quinta por essa época. Ofereci-me prontamente para ajudar sem saber o quanto custa apanhar uma maçã, ao frio, à chuva, às 6h da manhã, nas beiras.
Mas valia o esforço de uma época, o almoço era na cozinha antiga de pedra e azulejos verdes escuros com o Tio Maia Loureiro, que me tinha de pupila. As panelas fumegavam. Cozinhava lindamente. Ali comi as melhores maçãs assadas da minha vida com a sua geleia e nozes por cima. E canela talvez. Ainda sinto o cheiro. Nunca consegui replicar.
Descobri tantas coisas,
o que é a Bucha, pequena refeição ligeira que tomávamos a meio da manhã no campo, matava a fome e o frio. Mesmo de galochas, oleado e luvas, tudo pingava.
O sabor do café quentinho que o meu recente marido me fazia chegar num termo. Que ainda fumegava e se misturava com o nevoeiro onde estávamos.
A técnica da apanha, desde retirar da árvore, a calibrar, pesar, e despachar para a cooperativa.
Tudo com cuidado e preceito. Não deixar cair porque é frágil, para não danificar, amolgar, desaproveitar. Como a vida.
Conheci a amizade genuína da Celeste.
As gargalhadas soltas e sonoras da Tia Lena.
Entendi a força física e mental precisa para encarar qualquer trabalho.
Percebi o quanto vale uma maçã no prato.
O custo de tudo que a maioria não quantifica ou valoriza.
Apreendi a olhar.
sábado, 24 de outubro de 2020
“Às perguntas mais importantes sempre terminamos respondendo com a nossa vida. O que dizemos nesse meio tempo não tem importância, nem os termos e e argumentos com que nos defendemos. No final de tudo, é com os factos de nossa vida que respondemos às indagações que o mundo nos faz com tanta insistência.”
"Whatever you're meant to do, do it now.
The conditions are always impossible.”
quinta-feira, 22 de outubro de 2020
terça-feira, 20 de outubro de 2020
quinta-feira, 15 de outubro de 2020
domingo, 11 de outubro de 2020
sexta-feira, 9 de outubro de 2020
Há! Mas são verdes!
Até que sou rapariga de gostar de comer verdes e afins... antes disto ser moda já eu andava no pólen, mesmo sendo alentejana pata negra.
Mas já não se pode com tanta comida saudável a saber ao mesmo.
Degustar sim mas que surpreenda.
Manias de tudo querer brunch e sushi.
Suspiro por algo de verdade, que me faça salivar. Que aqueça.
Chega de cafés à la país do norte, restaurantes em tons pastel e espaços a soar a leve e light.
É bowls, salmão e tostas de abacate em cada prato. Menú previsível. Porta sim porta sim... vira o disco e toca o mesmo em todas as ruas. Em loop.
Pura vida mas nem tanto.
Regressem os taberneiros,
que falta que me fazem os azulejos feios nas paredes, as cadeiras incómodas lascadas, o verdadeiro velho mosaico hidráulico, o cheiro à tasca de sempre, a conta menos que dez na toalha de papel.
Comer a gordura a escorrer a rodos, venha o pernil e a batatinha frita.
Saudades de me sentar em frente a um copo a ouvir conversas das caras de quem vive nos lugares de sempre que foram substituídos por mais do mesmo, onde não somos um nome mas um número.
Digo que:
Tenho apetite do tacho simples. Que a barriga é velha e a fome ainda mais.
E que antes ser do colesterol que da falta dele.
domingo, 4 de outubro de 2020
Ave madrugadora
De visita à Aldeia,
lembro - me sempre daquele poema do Manuel da Fonseca,
ALDEIA
Nove casas,
duas ruas,
ao meio das ruas
um largo,
ao meio do largo
um poço de água fria.
Tudo isto tão parado
e o céu tão baixo
que quando alguém grita para longe
um nome familiar
se assustam pombos bravos
e acordam ecos no descampado.
Manuel da Fonseca
Ainda assim não despertou a professora que o Sr. Domingos conta que para aqui veio descansar, e disse:
- Esqueci-me de acordar.
Será porque aqui o tempo parou.
Casas de pedra, em torno de uma única rua.
O som das galinhas e do vento a roçar nas azinheiras.
Ensino a Carminho que viver também é quebrar regras e a usar o baloiço só para hospedes.
Aproveito o balanço e vou também no Baloiço e no Balancé.
Outra vez criança.
O ar na cara, arejo,
que gaiolas citadinas apodrecem o corpo e tolhem o espirito.
O azul do céu no verde da eira,
Curada.
sábado, 3 de outubro de 2020
sexta-feira, 2 de outubro de 2020
terça-feira, 29 de setembro de 2020
domingo, 27 de setembro de 2020
sábado, 26 de setembro de 2020
A vida em Offline
de copo na mão,
na rua do Tati, depois no Tokyo, dou um alô à pujante do Viking, espreito o Jamaica e termino
onde os navios entram nas pupilas ao amanhecer.
O outro dia no jardim,
vi que,
os jovens ainda se juntam em grupos e
que há beijos que ficam sem espera.
Mesmo que nada volte,
que o Tati mude o sitio,
e o Cais Sodré me lembre os anos desbotados antes de abrir,
continuarei de copo justo,
em calçadas vazias, ocas
de música francesa.
Sairei de casa sem marcações,
a um balcão, a um copo, a um abraço
a uma vida de improviso.
a um poster do Bob Dylan à espreita,
"Don't Look Back"
quinta-feira, 24 de setembro de 2020
Last Night When were Young
“Last night when were Young
Love was a star, a song unsung
Life was so new, so real so right
Ages ago Last Night
[...]”
Last Night, yesterday, you looked up!
That was what happened!
I looked ahead ..
because I had to,
because I really had to see where the sky becomes the sea,
and it happens in your eyes!
quarta-feira, 23 de setembro de 2020
domingo, 20 de setembro de 2020
quinta-feira, 17 de setembro de 2020
quarta-feira, 16 de setembro de 2020
sexta-feira, 11 de setembro de 2020
Jesus é Goês, e será de toda a parte, mas é mais da Rua de São José
quarta-feira, 9 de setembro de 2020
terça-feira, 8 de setembro de 2020
segunda-feira, 7 de setembro de 2020
sábado, 5 de setembro de 2020
domingo, 30 de agosto de 2020
quinta-feira, 27 de agosto de 2020
eu sim e tu não?
merda de margens, fronteiras, limites,
falta-me o ar,
e as possibilidades,
sou ilimitada,
iberno.
terça-feira, 25 de agosto de 2020
domingo, 23 de agosto de 2020
segunda-feira, 10 de agosto de 2020
houve tempos em que a saída
de um corpo para o mar
era o único lugar possível
até ao dia em que os olhos
– azuis, de um azul impossível
foram salvos do sequestro da exposição
por uma criança genuína
e ainda trago uma mão no teu rosto
e outra na vida
que corre para fora de mim
é uma questão de parto
crescemos por onde a água
ganha o seu caminho
por isso a minha vida foi sempre a escavar
por isso abri os melhores sulcos na terra e no rosto
e esperei o tempo de um corpo inteiro, esperei
como a criança recebe a vida toda por um segundo
no teu joelho
e como ela abri os braços e a claridade da minha sede
foi a água que escasseou
nas minhas mãos
Sammuel C. Dayton
- diários de um corpo menor
domingo, 9 de agosto de 2020
quarta-feira, 5 de agosto de 2020
Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo... Isto é carência!
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar... Isto é saudade!
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes para realinhar os pensamentos... Isto é equilíbrio!
Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente... Isto é um princípio da natureza!
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado... Isto e circunstância!
Solidão é muito mais do que isto...
SOLIDÃO é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma.
Francisco Buarque de Holanda (Poeta, compositor e cantor)
terça-feira, 4 de agosto de 2020
"A vida diluí-nos o corpo e a memória, afoga-nos os sonhos, encaixa-nos na rotina, embrulha-nos as mãos, segura-nos os pés, finge que nos ama, finge que não é preciso lutar. Aprendi com o meu avô que ser feliz não é um direito, é uma obrigação. É preciso fazer tudo para ser feliz. Mas fazer o quê? Respirar. Marcar a hora de acordar no despertador. Deixar o coração bater. Pôr peixe a descongelar para o jantar. Regar as flores dos vasos. Levar o cão à rua. Passar uma camisa. Queimar um pau de incenso. Abrir uma janela. Espanar um tapete. Cortar o cabelo. Comer uma romã. Fazer o quê?"
In A Solidão dos Inconstantes - Raquel Serejo Martins
segunda-feira, 3 de agosto de 2020
domingo, 2 de agosto de 2020
terça-feira, 28 de julho de 2020
terça-feira, 21 de julho de 2020
domingo, 19 de julho de 2020
Sim, é preciso coragem
Faz 20 anos que a tinha fechado.
É é incrível como éramos com vinte anos menos.
As fotografias é que são um murro no estomago.
Os Slides como prova para complemento da história.
Voltar a ver-me, de cabelo à rapaz, leve e feliz.
Os guias de viagens,
o mundo era aberto e a vida pela frente.
Restos de frascos de perfume, que não me perturbaram.
Postais, ainda se escreviam tantas cartas,
isqueiros, fósforos,
os convites do baile de gala.
Bilhetes cheios de lágrimas e risos.
Livros brancos escritos de poesia,
conchas do mar e búzios,
restos de rosas...
quebradas, como se quebrou a inocência,
que é o que mais me custa ter perdido.
Tudo era intenso e infinito como só se pode ser nessa idade.
Suspirei fundo,
recordo que em criança perguntava à minha avó porque suspirava ela tanto,
- a vida é uma ilusão dizia-me.
Já percebi.
Voltei a selar a caixa,
mas desta vez libertei dois livros que lá tinha encerrado,
o Amor - Marguerite Duras e Vinte Poemas de Amor e uma Canção Desesperada, Pablo Neruda.
pode ser que daqui a outros vinte anos eu os saiba de cor e tenha aprendido alguma lição.
Sabores indianos.
Saio sem demoras e esperanças.
Vale que tenho um restaurante indiano em frente de casa.
Vale que ainda não fechou.
Vale que tem uma mesa cá fora à minha espera.
Vale que tem comida indiana caseira,
Vale que tenho o estômago rijo para o que der e vier.
Vale que aguento o picante, do indiano que me serve e do que tenho no prato.
sábado, 18 de julho de 2020
O carrocel desbotado
O "Não" é o novo Black para todas as horas.
Mesmo a custo para quem cresceu livre no Verão Azul.
Somos crianças feitas para grandes férias, como dizia o Ruy Belo.
E de repente, num dia normal como noutro qualquer da nossa vidinha, ouvimos a noticia remota de que mais um virús. E vem mais outro e outros mais virão a caminho.
Não fosse isto um penico, o problema seria só deles.
Mas além disto ser um penico, é um penico que anda à roda.
Ainda acredito que,
CADA FIM É UM INÍCIO.
Apenas andávamos distraidos, e quando andamos distraidos é que elas acontecem.
Salto coletivo para o desconhecido, mas o que é que é conhecido?
Se o que era já não é.
O valor de uma coisa apenas é proporcional à nossa energia gasta nesse despêndio de concretização.
EU QUE NEM SEI JOGAR!
Tenho as mãos pequenas e vazias.
Como e quando é possivel um sim?
E a coragem de O viver, que ainda que não me falte, terei de O sentir por inteiro.
4h da tarde de um fim de semana irrespirável, nem os carros circulam.
Apenas os cavalos e os Cow-boys no deserto do Oeste Americano continuam, que numa América ainda há muitas, e os terrenos e os dias por lá são grandes se estivermos sem sede e com sorte fora da mira dos olhos abutres ávidos de restos e de sangue.
Ir ao café do bairro,
Ao mercadinho,
Falar com os vizinhos,
Comprar pão e vinho,
O cinema que não pode mais esperar,
Voltar à solidão de carregar o congelador,
O Verão em estilo closet,
Sunset pelo canudo, mas que se lixe!
eu preciso de esplanadar!
São as novas rotinas,
Num sábado, como outro qualquer de 2020! Nunca tão 2 e 2 foram 4!
E eu, que até sou mais de letras que de números!